terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Agricultura: autarca de Mourão pede ajuda a embaixador de Israel

Presidente da Câmara quer aproveitar «as tecnologias» do país do Médio Oriente, sobretudo na área do regadio

O presidente da Câmara de Mourão, José Santinha Lopes, reúne-se dia 20 deste mês com o embaixador de Israel em Portugal para dar a conhecer as potencialidades do concelho alentejano e solicitar apoio para o sector agrícola.
O autarca alentejano disse à Agência Lusa que quer aproveitar «as tecnologias de Israel no sector da agricultura, nomeadamente, na área do regadio», contribuindo para a criação de emprego no concelho, um dos mais despovoados do distrito de Évora.



A reunião entre José Santinha Lopes (PS) e Ehud Gol surgiu depois de o autarca alentejano ter dirigido uma carta ao embaixador israelita a solicitar uma audiência e a convidar o diplomata para visitar o concelho.

Contactada pela Lusa, fonte da Embaixada de Israel em Portugal adiantou que a reunião está marcada para o próximo dia 20, em Lisboa.

«Escrevi uma carta ao embaixador de Israel a solicitar apoio agrícola» para o concelho de Mourão, disse o presidente do município, justificando que aquele país do médio oriente, «no meio do deserto, conseguiu obter grandes resultados com o processo gota a gota».

Ao contrário de Israel, «Mourão tem terra, água e sol. Não faz sentido não tentarmos encontrar uma solução que permita criar emprego para as pessoas», afirmou José Santinha Lopes, adiantando que pretende informar-se sobre possíveis «investidores israelitas que queiram investir no concelho».

O autarca alentejano explicou que o concelho de Mourão atravessa uma situação difícil, com uma taxa de desemprego elevada e com a câmara municipal a ultrapassar o limite legal de endividamento.

«A fábrica da Portucel ficou submersa pelo Alqueva. Era para se fazer cá outra e não se fez. Mourão ficou sem indústrias», lamentou, lembrando que a autarquia «gastou verbas para fazer novas estradas e construir a zona industrial para receber esses investimentos».

«Tivemos de ir à banca e ficámos com a capacidade de endividamento esgotada», alegou.

Segundo o autarca alentejano, com a construção da Barragem de Alqueva, a câmara municipal também ficou privada de verbas provenientes de impostos.

«As terras que ficaram debaixo de água deixaram de pagar impostos. Metade das pessoas ainda não tem as terras em seu nome, portanto, impostos não pagam e a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) que expropriou terras também não pagou impostos», revelou.

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