quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PSD: "EDIA transformou-se em empresa de construção civil"

A EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva está
transformada numa "empresa de construção civil". A acusação parte do
deputado do PSD Pedro Lynce, que marcou presença na conferência de
imprensa realizada terça-feira, 7, em que a Distrital laranja se
pronunciou sobre a sustentabilidade da EDIA e o futuro do projecto de
Alqueva.
Membro da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas
na Assembleia da República e um dos autores do requerimento sobre o
projecto apresentado no passado dia 2 ao ministro da Agricultura,
Lynce vincou que são muitas as dúvidas em torno do Empreendimento de
Fins Múltiplos de Alqueva, nomeadamente no que toca ao preço a que a
água chegará às "mãos" dos agricultores interessados.

"Chegamos à conclusão de que há uma falta de estratégia – a que o
Governo nos tem habituado – em relação ao planeamento do Alqueva",
acrescentou o eleito social-democrata, que também criticou o acordo
entre a EDIA e EDP relativamente à componente hidroeléctrica de
Alqueva por considerar que este poderia ter valido mais que 195
milhões de euros.
Igualmente contundente foi o presidente da Distrital de Beja do
PSD, que disse temer ver o empreendimento de Alqueva "tornar-se num
'nado-morto'". "Não se percebe que quase concluída a fase de obra não
existam estratégias de financiamento asseguradas que tornem viável o
investimento", reforçou Mário Simões.
O líder dos sociais-democratas bejenses mostrou-se também
preocupado com o fim dado pelo Governo socialista ao projecto "Alqueva
Agrícola", concluído por um grupo de trabalho criado para o efeito em
2005, uma vez que "não houve qualquer decisão ministerial" sobre este.
"Não se compreende que um dos maiores investimentos públicos em
Portugal permaneça no 'segredo dos deuses', sem estratégia definida e
sem um modelo de financiamento assegurado", concluiu Simões.
"CRITICAR É FÁCIL", DIZ EDIA
As preocupações e dúvidas levantadas pelo PSD em conferência de
imprensa mereceram rápida resposta por parte da EDIA, que em nota de
imprensa assinada pelo presidente do conselho de administração,
Henrique Troncho, acusou Pedro Lynce de ter proferido afirmações "que
não têm qualquer suporte na realidade".
"Criticar é fácil, fazer é bem mais difícil. Mas vale a pena",
sublinhou o presidente da EDIA, que ao longo dos sete pontos do
comunicado garantiu, entre outros aspectos, que a "obra segue a um
ritmo que não tem comparação com qualquer período anterior" e que já é
possível "constatar a mudança radical que a água de Alqueva já
provocou na agricultura regional".
Ao mesmo tempo, Troncho afiançou que o negócio entre a EDIA e a EDP
foi consumado por 390 milhões de euros, o que "de acordo com estudos
feitos na altura" resultou num "bom negócio" para a empresa e para o
"seu único accionista, o Estado português".
http://correioalentejo.com/?diaria=5220

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