sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Agricultura: Rastreios realizados em viveiros de citrinos do Algarve detetam dois casos de Vírus da Tristeza, diz Direcção Regional


2010-11-17

Faro, 17 Nov (Lusa) - A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (DRAPALG) realizou análises em "várias dezenas" de viveiros de citrinos na região e detetou dois casos de infeção pelo Vírus da Tristeza nos Citrinos, tendo ordenado a destruição desses lotes.

"A DRAPALG tem feito rastreios à doença e em 2010 direcionou-os para os viveiros, de forma a impedir a comercialização de plantas afetadas. Foram analisadas várias dezenas de viveiros e, embora ainda não tenhamos todos os resultados apurados, há dois casos detetados", disse à Lusa Celestino Soares, engenheiro da direção regional.

A mesma fonte precisou que "as plantas e lotes afetados foram arrancados e destruídos para evitar a disseminação da doença nos campos", mas frisou que "estes resultados não são muito diferentes dos verificados em anos anteriores".


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=1713099

Subida de preços ameaça provocar nova crise alimentar

FAO alerta para agravamento da situação nos últimos meses


17.11.2010 - 18:14 Por João Manuel Rocha

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 A subida de preço dos alimentos nos últimos meses pode provocar problemas de abastecimento em 2011 e, a menos que as colheitas aumentem significativamente no próximo ano, o mundo deve preparar-se para tempos difíceis.
O mundo deve preparar-se para tempos difíceisO mundo deve preparar-se para tempos difíceis (Desmond Boylan/Reuters)

O alerta é da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, no seu relatório bianual sobre perspectivas alimentares. O custo das importações de comida pode ultrapassar este ano o bilião (um milhão de milhões) de dólares, devido ao brusco aumento de preços face a 2009.

O índice FAO Food Price subiu 34 pontos entre Junho, data da divulgação do anterior relatório, e Outubro, quando registava uma média de 197 pontos, apenas 16 abaixo do pico de 2008. A factura alimentar dos países mais pobres deve subir este ano 11 por cento, valor estimado em 20 por cento para países com baixo rendimento e défice alimentar.

O aumento de preços deve-se a diferentes factores, o mais importante dos quais foram as más colheitas de alguns produtores-chave, designadamente estados da antiga União Soviética, o que vai implicar uma redução de stocks e levar a dificuldades no abastecimento.

A subida começou por se fazer sentir no mercado de cereais, mais acentuadamente no trigo e na cevada, em Agosto, devido a condições climatéricas desfavoráveis que levaram a que as previsões de crescimento de 1,2 por cento na produção, adiantadas em Junho, dessem lugar a um cenário de queda de dois por cento.

As estimativas da FAO são de que os stocks de cereais caiam sete por cento, com baixa mais acentuada na cevada, 35 por cento, milho, 12 por cento, e trigo, dez por cento. Só nas reservas de arroz se espera uma subida, da ordem dos seis por cento. O enfraquecimento do dólar ajuda também a explicar a subida de preços, uma vez que a maior parte das transacções é feita nessa moeda.

A FAO espera que as reservas, actualmente maiores do que na crise de 2007

2008, designadamente de arroz e farinha de milho, alimentos de primeira necessidade em muitos países vulneráveis, permitam enfrentar melhor o problema, mas isso não a impede de estar preocupada com o efeito dos aumentos. A apreensão estende-se aos próximos anos, devido à previsível diminuição de reservas. "Tendo em conta a expectativa de quebra geral de stocks, a dimensão das colheitas dos próximos anos será um dado crítico para a estabilidade", refere.

A expectativa é de que em resposta à subida de preços os agricultores alarguem as áreas de cultivo, o que pode não apenas fazer face às necessidades mais imediatas como permitir repor stocks. Mas os cereais não são as únicas culturas atraentes para os agricultores – produtos como a soja, o açúcar e o algodão registaram também aumentos de preços –, o que "pode limitar as plantações a níveis insuficientes para aliviar o aperto", diz a FAO.

Neste quadro, assinala a organização, os consumidores podem ter que resignar-se a pagar "preços mais elevados pelos alimentos".


http://www.publico.pt/Mundo/subida-de-precos-ameaca-provocar-nova-crise-alimentar_1466723

Agricultores reticentes sobre reforma da PAC


Hoje

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) defendem uma alteração nas regras de cálculo dos subsídios comunitários pós-2013 que permita "incentivar" a agricultura mediterrânica, mas duvidam que haja condições políticas para desviar fundos dos países mais beneficiados pela Política Agrícola Comum (PAC), como a França e a Alemanha.

"Foram reatadas negociações entre a UE e os países do Mercosul, que são grandes produtores e concorrem directamente connosco no vinho, produtos hortícolas e frutícolas, para perceber que o núcleo duro da política agrícola não se irá alterar", diz João Dinis, presidente da CNA.

A Comissão Europeia divulgou ontem uma comunicação que serve de base à discussão sobre a reforma da PAC, na qual defende que o futuro sistema de pagamentos directos aos agricultores "não pode basear-se em períodos de referência históricos, devendo antes ser ligado a critérios objectivos".

Em discussão estão três opções. A primeira visa introduzir uma "maior equidade" na distribuição de pagamentos directos entre os Estados membros, mas mantendo inalterado o actual sistema.

A segunda prevê a criação de uma "taxa base" de apoio ao rendimento, complementada com subsídios adicionais para protecção do ambiente, compensação de condicionantes naturais específicas e introdução de um novo regime para pequenas explorações.

A terceira opção propõe a eliminação progressiva dos pagamentos directos na sua forma actual e criação de incentivos à salvaguarda de bens públicos ambientais.

Estas opções têm em comum que o sistema de pagamentos directos "não poderá basear-se em períodos de referência históricos, mas estar ligado a critérios objectivos". "Actualmente prevêem-se regras distintas para a UE-15 e a UE-12, o que não pode continuar após 2013"", diz o comissário da agricultura, apostado em tornar a PAC "mais ecológica, justa, eficiente e eficaz".

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1714599