quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Contratos aumentam preço da electricidade

Energia
Contratos aumentam preço da electricidade
Factura da luz reflecte custos de centenas de milhões de euros com contratos que fixam o preço a que é vendida a electricidade.
04 Janeiro 2011Nº de votos (0) Comentários (1)
Por:Raquel Oliveira / A.M.S. / H.N.




As barragens cheias de água podem fazer baixar o preço da energia mas não para os consumidores. É que o preço da electricidade pago na factura reflecte, entre outros custos, os valores fixados por contratos de longo prazo,
independentemente do custo de produção. Portugal pode ter muita água e até vender energia a Espanha, mas os portugueses pagam o mesmo valor na factura.
O preço da electricidade reflecte, além dos apoios às energias renováveis e redes de distribuição, valores fixados por contratos de longo prazo entre o Estado e a EDP. Ou seja, o preço a que é vendida não depende nem do valor a que é comprada diariamente no mercado ibérico nem da produção, seja das centrais clássicas, seja das renováveis.
"Ao preço de mercado, há que somar a diferença entre aquele valor e o que consta dos CMEC [Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual]", explicou ao Correio da Manhã fonte do sector. De acordo com dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, estes contratos representaram em 2010 um custo de 547,8 milhões e deverão atingir este ano os 732,5 milhões de euros. Mas o preço da electricidade na factura também é pressionado pelas renováveis, já que toda a produção é obrigatoriamente comprada, e sempre a preços mais elevados. Ou seja, encarece o preço na factura global.
No entanto, o excesso de água contribui para a redução do défice da balança energética com Espanha, ao aumentar as exportações e, ao mesmo tempo, diminuir as importações. Até Novembro, as importações tinham diminuído 22,3 por cento e as exportações tinham subido 124 por cento, segundo a REN. Recorde-se que foram estes custos extra na factura da electricidade – nomeadamente renováveis e contratos a longo prazo – que levaram a Associação de Defesa dos Consumidores (Deco) a entregar uma petição na Assembleia da República, a exigir a redução destes custos extra.
CHUVA JÁ ENCHEU 33 BARRAGENS
A elevada precipitação registada nos últimos meses encheu mais de metade das albufeiras do território nacional. Das 56 monitorizadas pelo Instituto da Água (INAG), 33 apresentavam no último dia de 2010 disponibilidade hídrica superior a 80 por cento do volume total. Apenas duas permanecem abaixo dos 40 por cento.
Este aumento dos recursos hídricos, superior às médias de armazenamento dos meses de Dezembro nos últimos 20 anos, permite, segundo fontes ligadas à agricultura e municípios, afastar qualquer cenário de seca ou falha no abastecimento de água às populações.
"Os agricultores não vão ter problemas de água, mesmo que deixe de chover a partir dos próximos dias. A campanha estará garantida", frisou ao CM Ilídio Marques, da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, bacia que apresenta nas dez albufeiras volumes entre 56,3 (Odivelas) e 100 por cento (Monte Gato) .
Mas é a bacia do Tejo, onde está localizada a albufeira de Castelo de Bode – abastece a grande Lisboa – que apresenta melhores resultados de armazenamento de água. Das 13 albufeiras monitorizadas, nove estão acima dos 80 por cento. Destas, três já atingiram a cota máxima (Cova do Viriato, Idanha e Magos). Mais a sul, a chuva encheu também todas as albufeiras da bacia do Guadiana. Duas, Enxoé e Lucefecit estão na cota máxima. A barragem de Alqueva apresenta um volume de 91,4 por cento.
No Norte, os registos são também positivos na maioria das albufeiras. Abaixo dos 40 por cento está a albufeira de Vale do Rossim, (8,4%), na bacia do Mondego, e a do Arade (29,8%), no Algarve.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/contratos-aumentam-preco-da-electricidade220032913

Sem comentários:

Enviar um comentário