quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Direcção de Florestas ensaia 'pomares' de loureiros

Diário de Notícias
Quarta, 5 de Janeiro de 2011
Madeira
Direcção de Florestas ensaia 'pomares' de loureiros
Emanuel Silva
Há muitos 'nichos de negócio' relacionados com a Floresta que têm
potencialidades.

A Direcção Regional de Florestas (DRF) vai avançar com pequenos campos
de ensaio de cultura intensiva de loureiros. Os campos experimentais
visam testar métodos de crescimento, de poda, com vista à maximização
da produção. Não apenas de azeite de louro (baga) como de folhas de
louro para tempero (à venda nos supermercados vindos de fora da
Região) ou até venda de espetos para carne.

A novidade foi avançada ao DIÁRIO pelo director regional de Florestas,
Rocha da Silva conhecidas que são, agora, através de estudos
científicos levados a cabo pela Universidade da Madeira (UMa), as
propriedades medicinais do azeite de louro.
Para Rocha da Silva este é um exemplo de rentabilização dos nossos
recursos florestais. O governante gostaria de ver o cultivo
específico, por privados, de loureiros para produção específica de
azeite de louro. Por exemplo, ocupando espaços intermédios do
território que outrora foram agrícolas (meia encosta). "Pomares de
loureiros como há, no continente, pomares de oliveiras", exemplificou.
Tudo de forma sustentada porque a floresta não tem de ser uma redoma
de vidro impenetrável. Para Rocha da Silva a Floresta natural tem duas
grandes valências: a produção de água (mais de 80% da água que
consumimos vem daí); e a mais-valia que representa enquanto imagem de
um destino turístico.
Relativamente à ideia de criação de uma central de biomassa, o
governante disse que tudo depende da sua filosofia. Lembra um estudo
feito há uns anos para quantificar a quantidade potencial de biomassa.
E recorda que se trata de "uma questão de filosofia". É que,
normalmente, as centrais de biomassa produzem também vapor de água e
calor (água quente canalizada). Ora, pensar numa central na Madeira
só para produzir energia eléctrica atinge de morte a sua rentabilidade
pois a energia eléctrica representa 25% da produção.
Admite que outra tecnologia possa ser implementada na Madeira, com o
envolvimento de autarquias e outras entidades, como mini-centrais de
biomassa ou de composto orgânico fermentado para o fabrico de gás que
sirvam pequenas comunidades como acontece na Catalunha, nas Canárias
ou no Canadá. E não projectos megalómanos a pensar em
co-financiamentos comunitários e sem sustentáculo numa carteira de
contratos com produtores florestais.
No entanto, disse que a DRF está aberta para analisar projectos de
biomassa, sustentados e sustentáveis, o que hoje nunca aconteceu,
mesmo por parte de Nutroton. Mas teme que haja dificuldades, também ao
nível da propriedade (pequenas parcelas), que não têm capacidade para
alimentar a central.
Ampliação, manutenção e conservação
O Programa de Governo 2007/2011, prevê para a Floresta, um conjunto de
objectivos e orientações estratégicas que passam pela ampliação,
manutenção e conservação das superfícies florestais, pelo
desenvolvimento económico e social do espaço florestal, pela
preservação das áreas definidas como 'Rede Natura 2000', pela
valorização dos recursos água, solo e floresta, pela prevenção e
combate aos factores de risco, pela gestão florestal sustentável, pela
investigação científica da flora do arquipélago da Madeira, pelas
infra-estruturas e equipamentos florestais e pelo ordenamento,
exploração e conservação dos recursos cinegéticos, aquícolas de águas
interiores, pastoris e outros recursos e espaços associados à
floresta.
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/243579/madeira/243617-direccao-de-florestas-ensaia-pomares-de-loureiros

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