sábado, 22 de janeiro de 2011

Mercado de CO2 só reabrirá em países com mais segurança

Por Isabel Arriaga e Cunha, em Bruxelas, e Ricardo Garcia
Portugal é um dos Estados-membros que ainda estão a implantar um
sistema de dupla autenticação das operações
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O mercado europeu de comércio de emissões de dióxido de carbono (CO2)
vai reabrir na próxima semana, mas apenas com os países da União
Europeia (UE) que estejam a aplicar normas de segurança reforçadas,
definidas nível europeu.
Um primeiro teste será realizado já amanhã, durante uma reunião dos
peritos nacionais membros do comité europeu de alterações climáticas,
que já estava prevista, mas será inevitavelmente dominada pela decisão
tomada quarta-feira pela Comissão Europeia de encerramento por uma
semana do comércio de emissões de CO2.

Bruxelas sabe que 14 países não cumprem actualmente os níveis de
segurança fixados em 2010 depois de alguns ataques pontuais ao
sistema, um atraso que algumas fontes atribuem a "negligência". O
problema, explicam, é que são os governos que controlam a segurança de
cada um dos 27 registos nacionais, muitas vezes com normas diferentes
de uns para os outros.
Portugal está entre os países que ainda não têm as novas regras de
segurança. O Registo Nacional de Licenças de Emissões está, neste
momento, a ser dotado de um sistema de dupla autenticação das
transacções. Mas ainda não é certo se o mesmo estará operacional até
dia 26, quando Bruxelas conta reabrir o mercado de carbono. "Estamos a
fazer um esforço para termos tudo pronto o mais rapidamente possível",
afirma Filomena Boavida, da Agência Portuguesa do Ambiente, entidade
que administra o registo nacional.
Segundo Filomena Boavida, a implantação do sistema já estava em curso
quando a Comissão decidiu suspender mercado, devido a sucessivos casos
de roubos, num total de cerca de dois milhões de licenças,
representando quase 30 milhões de euros. Os ataques envolveram a
Roménia, Áustria, República Checa, Grécia, Polónia e Estónia.
A sua detecção levou a Comissão a decidir, na quarta-feira, fechar a
totalidade do comércio de emissões no que se refere ao mercado
imediato (spot). Ao invés, o mercado de "futuros", que representa 80
por cento do comércio, permanece em funcionamento.
Dos testes que terão hoje início e prosseguirão nos próximos dias
dependerá a luz verde para que todos os países reintegrem o mercado.
De acordo com um responsável europeu, os países mais atrasados não
conseguirão, no plano técnico, reforçar a segurança do seu registo
nacional até lá, o que significa que só poderão reintegrar o sistema
mais tarde.
http://jornal.publico.pt/noticia/21-01-2011/mercado-de-co2-so-reabrira-em-paises-com-mais-seguranca-21069661.htm

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