terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

COMUNICADO DE IMPRENSA: Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas

COMUNICADO DE IMPRENSA
Após termos conhecimento do Comunicado de Imprensa emitido pela
Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA), onde são tecidas
várias considerações sobre a gestão do regadio de Alqueva, em
comparação com o sistema "tradicional" de gestão e exploração dos
perímetros de rega em Portugal efectuada pelas Associações de Regantes
e Beneficiários, consideramos que o referido comunicado contêm erros
que desvirtuam a realidade dos factos.
Assim:

1. A maior parte das Associações de Beneficiários e Regantes já
possuem mais de vinte anos e algumas até já ultrapassaram o meio
século de existência, desde sempre geriram os Aproveitamentos
Hidroagrícolas e ao contrário do que é afirmado, são uma grande
vantagem para a agricultura de regadio, tendo receitas próprias e não
dependendo do "erário público para cobrir despesas de funcionamento",
e o Estado não "injecta" quaisquer quantias neste modelo privado de
gestão, como é afirmado levianamente;
2. A história da gestão hidroagrícola em Portugal tem demonstrado na
maioria dos casos o sucesso do modelo assente nas Associações de
Regantes e Beneficiários, que pode ser comprovado pelos próprios
agricultores e pelos órgãos da administração pública que tutelam esta
área. Particularizando, o Aproveitamento Hidroagrícola gerido pela
Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas (ABORO) com
12.362 ha beneficiados, cerca de 5.192 ha em gravidade e 7.170 ha em
pressão, dos quais 5.446 ha foram construídos no âmbito do EFMA, nos
últimos anos teve uma taxa de adesão de 75%;
3. A ABORO também contribuiu, de acordo com o que lhe foi solicitado,
para o estudo "Uma visão estratégica para um desenvolvimento
sustentável do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva", estudo
esse que aguarmos com expectativa a sua apresentação;
4. As Associações de Beneficiários e Regantes estão em posição
privilegiada na gestão dos perímetros de rega, devido à sua
experiência acumulada nomeadamente na gestão de redes de distribuição
em "baixa", permitindo, assim, conciliar o interesse global do Estado,
que investe na construção destas infra-estruturas e o interesse
particular dos agricultores que beneficiam das mesmas, quem melhor do
que eles para as gerir;
5. Considerando a existência já de três Associações de Regantes e
Beneficiários na zona de influência do EFMA não será necessário mais
de duas ou três, para, com economias de escala, cumprir com
responsabilidade o desafio da gestão dos novos regadios colectivos,
garantido assim a comunhão de interesses entre os Regantes e o Estado
no sentido de potenciar os impactes positivos do Plano de Rega do
Alentejo na economia da região.
Sendo este um assunto que consideramos de extrema importância para o
desenvolvimento futuro da agricultura da região e de Portugal em nossa
opinião o mesmo deve ser tratado com verdade, elevação e em sede
própria.
Ferreira do Alentejo, 31 de Janeiro de 2011
O Presidente da Direcção
Manuel António Canilhas Reis

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