quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Produtores de hortícolas e frutícolas revoltados com preço do gasóleo agrícola

Os produtores de hortícolas e frutícolas querem que o Governo
intervenha no preço do gasóleo agrícola, considerando que o aumento de
24 por cento no último ano esmaga as margens, já "mínimas", e gera
perda de competitividade.
Gonçalo Escudeiro, vice-presidente da Federação Nacional das
Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP) e director
executivo da Torriba, Organização de Produtores de Hortícolas, disse
que a subida dos encargos e dos factores de produção está a levar os
produtores à "revolta".

"É fundamental uma intervenção do Governo para minimizar os custos,
nomeadamente o preço do gasóleo agrícola", disse, sublinhando que há
um ano o gasóleo agrícola custava 0,750 euros contra os 0,929 actuais,
ou seja, um crescimento de 24 por cento. A esta subida acresce a do
gasóleo rodoviário em 16 por cento (de 1,227 euros para os 1,348
actuais), sendo que muitas das componentes associadas ao sector são
"muito indexadas ao valor do petróleo", como é o caso dos adubos,
frisou.
"A situação é de quase revolta, porque os preços não acompanham o
acréscimo de custos e não compensam, num sector que se afirma ser
estratégico para a exportação mas que está a perder competitividade".
Gonçalo Escudeiro acrescentou que a "bolha de mau estar está a
crescer" no seio dos produtores, havendo já apelos a manifestações
públicas de descontentamento.
Segundo disse, além dos custos dos combustíveis e da electricidade,
num sector que precisa de recorrer à rega, os produtores estão a
sentir os aumentos dos custos dos encargos sociais, do IVA e dos
produtos que estão indexados ao preço do petróleo.
"Que milagre querem que façamos?", questionou, referindo que os
problemas são transversais ao sector, sentindo-se na produção de bens
tradicionalmente exportáveis, como o tomate para a indústria, a pêra
rocha ou a maçã, que "exigem grandes investimentos".
Para Gonçalo Escudeiro, para que o sector continue a exportar "é
preciso que tenha as mesmas ferramentas em termos de custos em relação
aos países" com que estes produtores competem.
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=481&id=71791&idSeccao=7750&Action=noticia

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