segunda-feira, 14 de março de 2011

Governo recebe esta semana estudo sobre introdução das apostas hípicas em Portugal

Por Jorge Talixa
Receitas podem gerar "dinâmica multiplicadora" no sector equino. Após
a sua entrega, o estudo vai ser apreciado pelo Ministério da
Agricultura

O grupo de trabalho criado pelo Governo para estudar um modelo de
introdução das apostas hípicas em Portugal deverá apresentar as suas
conclusões esta semana ao secretário de Estado das Florestas e do
Desenvolvimento Rural.

Coordenado por António João Sousa, presidente da Fundação Alter Real
(FAR) e da Companhia das Lezírias, o grupo está a trabalhar desde o
início do ano na definição de um conjunto de procedimentos
legislativos e técnicos que permitam que Portugal deixe de ser um dos
dois únicos países da Europa comunitária (juntamente com o Luxemburgo)
que ainda não tem este tipo de apostas.
Este professor universitário de Gestão acha que a vertente das apostas
online será a mais fácil de implementar e acredita que é desta que as
apostas hípicas vão arrancar em Portugal, depois de 30 anos de avanços
e recuos e de dois concursos públicos para a instalação de hipódromos
terem ficado desertos. António Sousa julga que todo o sector equino
"tem a ganhar com isto", porque as potenciais receitas podem "gerar
uma dinâmica multiplicadora que vai beneficiar todos".
O prazo curto que foi dado pelo Ministério da Agricultura para
concluir o relatório deste grupo de trabalho e a eventual resistência
da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), detentora dos direitos
sobre jogos e, provavelmente, pouco interessada num sistema de apostas
hípicas que funcione fora da sua alçada, não preocupam António Sousa.
"Não vamos inventar a roda. Existem documentos muito actuais que
posicionam a questão e o problema; só temos que fazer ajustamentos e
actualizações. Neste enquadramento, é preciso ver os aspectos legais e
de fiscalidade e é necessário ver as questões da implementação técnica
de um projecto desta natureza", disse ao PÚBLICO o presidente da FAR
(fundação criada pelo Estado há quatro anos para gerir as funções
públicas ligadas ao sector equino). E frisou que se está a pensar em
três vertentes de desenvolvimento deste sistema de apostas hípicas:
online, urbanas (quiosques, tabacarias e bancas de jornais) e nos
próprios hipódromos.
"Aquela que, à partida, mais receitas já no imediato pode ter será a
aposta online. E mais: deveria ser possível - que não é, penso eu,
ainda - fazer apostas aqui de corridas de cavalos no estrangeiro.
Estamos a analisar esse dossier", revelou.
A posição da SCML será, aqui, importante, mas António Sousa acha que,
se as pessoas se sentarem e dialogarem "numa perspectiva de solucionar
as coisas", não será difícil "chegar a um consenso e desbloquear as
situações".
O coordenador do grupo de trabalho criado por despacho do secretário
de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural admite que, se uma
entidade "tem o monopólio de uma determinada actividade, há sempre
questões que se levantam em relação à entrada de novos players. Se
calhar foi um dos principais problemas, não sei, para até agora não
termos apostas hípicas", refere.
O grupo de trabalho é composto pela FAR, pela Direcção-Geral de
Veterinária, pela Federação Equestre Portuguesa e pela Liga dos
Criadores de Cavalos de Corrida, mas pode ver a sua composição
alargada, se se julgar necessário.
http://jornal.publico.pt/noticia/14-03-2011/governo-recebe-esta-semana-estudo-sobre--introducao-das-apostas-hipicas-em-portugal-21547471.htm

Sem comentários:

Enviar um comentário