domingo, 6 de março de 2011

Parlamento Europeu pede investimento na agricultura

CRISE
04 Março 2011
Estrasburgo aprova resolução em que exige regulação e lembra 79
milhões de pobres na UE
O Parlamento Europeu aprovou, no mês passado, uma resolução sobre o
aumento dos custos dos alimentos, em que exorta a Comissão Europeia a
tomar medidas concertadas com países terceiros para minimizar a
volatilidade dos preços alimentares. Uma das soluções propostas é
"aumentar o investimento na agricultura e na segurança alimentar, com
particular destaque nas necessidades urgentes provocadas pela fome, na
agricultura de pequena escala e nos programas de protecção social".

Os eurodeputados lembram na resolução que "o crescimento previsto para
a população mundial de 7 para 9,1 mil milhões de pessoas tornará
necessário um aumento de 70% da produção de alimentos em 2050".
Mesmo a nível comunitário, aponta a resolução do PE, "continua a
existir pobreza e fome na União Europeia, considerando que 79 milhões
de pessoas continuam a viver abaixo do limiar da pobreza e que 16
milhões de cidadãos da UE receberam a ajuda alimentar de instituições
de caridade no Inverno passado".
Na resolução, o Parlamento Europeu chama a atenção para a necessidade
de uma intervenção, considerando que "a volatilidade dos preços na
agricultura é de natureza permanente, uma vez que respondem de maneira
desproporcionada a pequenas variações no nível de produção, muitas
vezes devido à especulação".
Entre as várias áreas de actuação propostas, o PE convida o G20 (grupo
de 20 países mais industrializados) a "coordenar a criação de
mecanismos de prevenção das flutuações excessivas dos preços e a
diligenciar em prol de uma regulamentação específica para fazer face
às crises alimentares e agrícolas e a implicar os países que não fazem
parte do G20".
Por outro lado, o Parlamento Europeu não deixa de estabelecer uma
relação de causa e efeito entre a alta de preços dos bens alimentares
e uma série de tumultos em alguns dos países em desenvolvimento e
também, mais recentemente, na Argélia, Tunísia e Egipto.
Também por isso, Estrasburgo lamenta que nos programas de ajuda ao
desenvolvimento dos países mais pobres se tenha reduzido a percentagem
destinada à agricultura. "Lamenta-se que, desde a década de 80, se
tenha verificado uma drástica redução do nível da ajuda ao
desenvolvimento destinada à agricultura."
http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1798307&page=-1

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