domingo, 6 de março de 2011

Serrano: Subida de preços é 'fenómeno internacional' que 'cada país, por si só, não controla'

5 de Março, 2011
O ministro da Agricultura defendeu hoje que a escalada de preços dos
produtos agro-alimentares é um «fenómeno internacional», que «cada
país, por si só, não controla», e mostrou-se disponível para discutir
o assunto na Assembleia da República.
A escalada dos preços dos produtos agro-alimentares «é uma matéria que
cada país, por si só, não controla, porque é um fenómeno
internacional, mas que nos preocupa», disse António Serrano aos
jornalistas durante uma visita a uma herdade do concelho de Beja.

«Naturalmente, temos que dar um contributo», para combater o fenómeno,
«reforçando a nossa produção nacional» e «é isso que estamos a fazer»,
acrescentou o ministro, referindo que tem «muito gosto em ir» à
Assembleia da República para «discutir a escalada de preços» dos
produtos agro-alimentares.
António Serrano reagia ao requerimento apresentado na sexta-feira pelo
Bloco de Esquerda, para ouvir, na Assembleia da República e com
carácter de urgência, os ministros da Agricultura, da Economia e da
Defesa, sobre a «escalada dos preços dos produtos agro-alimentares»,
depois de os preços internacionais dos produtos básicos terem atingido
«valores máximos recorde» em Fevereiro.
«O que os empresários agrícolas estão a fazer é, exactamente, dar
resposta à procura internacional de bens alimentares, aumentando a sua
produção», disse o ministro, referindo que, «nos últimos dez anos, a
produção agrícola nacional aumentou cerca de 4,5 por cento».
Este aumento, frisou, verificou-se «em áreas diferentes» das
anteriores, porque «o agricultor hoje, como empresário e investidor,
escolhe as áreas em que deve aplicar o seu dinheiro», nomeadamente
naquelas que «acha que tem mais rendimento», que «deriva muito do
comportamento mundial de preços».
Segundo António Serrano, «o agricultor é, de facto, um agente
determinante para contrariar o impacto do aumento de preços», que «não
controla, porque não são formados em cada país, mas em bolsas de
mercadorias, principalmente as de Chicago e Paris, que são
determinantes na formação dos preços».
A formação dos preços, explicou, «depende» dos investimentos
financeiros e da procura mundial de alimentos e resulta também de
«impactos negativos de catástrofes naturais», como secas e cheias, que
«destroem culturas e levam à redução dos stocks de produtos
alimentares».
Por tudo isto, defendeu, «todos os países» têm que prestar «uma grande
preocupação» a esta matéria e «procurar produzir mais».
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=13380

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