terça-feira, 5 de abril de 2011

Desempregados fogem do campo

Agricultura: Ministro visita empresas de sucesso no Algarve
O ministro da Agricultura desafiou ontem, no Algarve, os desempregados
nacionais com capacidade para trabalhar no sector agrícola a aceitarem
as propostas de emprego existentes em Portugal, e recordou que os
empresários estão a ser obrigados a contratar mão-de-obra estrangeira.
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Por:Paulo Marcelino com Lusa/ A.M.S.


"Gostaria de ver mais gente que está no desemprego a aproveitar a
oportunidade que o sector da agricultura cria, porque há de facto uma
criação de postos de trabalho na área", disse António Serrano, durante
uma visita a investimentos do Programa de Desenvolvimento Rural
(PRODER) na região algarvia.
Questionado sobre as razões da falta de mão-de-obra portuguesa no
sector hortícola e frutícola, o ministro disse que os empresários têm
dificuldades em encontrar portugueses para trabalhar na agricultura, e
por isso estão a recorrer à mão-de-obra externa.
"Havendo tanta oportunidade de emprego na agricultura (...), temos
hoje, face ao crescimento dos hortícolas e frutícolas, uma
incapacidade de conseguir atrair gente que está no desemprego para
trabalhar neste sector", explicou António Serrano, acrescentando que
esta situação tem levado "muitos empresários a recorrerem a
imigrantes, nomeadamente à Tailândia".
O ministro admitiu que é um trabalho com "alguma dureza", mas que gera
recursos financeiros para alimentar uma família e, por isso, reiterou
que "gostava muito que quem está no desemprego pudesse aderir aos
empregos e às ofertas que são criados todos os dias" em todo o País.
"Havendo desemprego e havendo oferta de trabalho, tem de haver algum
ajustamento", referiu o ministro.
O director regional de Agricultura do Algarve confirmou ao CM que "há
dificuldade em obter mão--de-obra". Castelão Rodrigues acrescentou que
o recurso a estrangeiros é, sobretudo, para "mão-de--obra pontual",
como, por exemplo, colheitas. "As empresas com mão-de-obra mais
especializada têm mais portugueses", sublinhou ainda o director
regional de Agricultura do Algarve.
PREFEREM GANHAR O ORDENADO MÍNIMO NACIONAL
O presidente da Associação de Agricultores de Serpa, Sebastião
Rodrigues, confirmou ontem ao CM as dificuldades em encontrar
trabalhadores portugueses para as campanhas da azeitona. "Na última
reunião no centro de emprego estiveram 50 homens, mas nenhum apareceu
para trabalhar. Preferem ganhar o ordenado mínimo e beber umas
cervejas nos cafés do que 50 euros ao dia e limpos de impostos", disse
este agricultor, proprietário de uma empresa de olivicultura.
Na sua exploração, 80% dos trabalhadores são estrangeiros.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/desempregados-fogem-do-campo

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