sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mário Soares diz que luta ambiental aproximou Portugal dos países mais avançados

29.04.2011
Helena Geraldes
Os 40 anos da política pública do Ambiente e os esforços continuados
para defender a qualidade de vida aproximaram Portugal dos países mais
avançados, considerou o ex-Presidente Mário Soares, numa cerimónia
ontem na Fundação Calouste Gulbenkian.
Mário Soares falava na cerimónia de homenagem a José Correia da Cunha,
presidente da Comissão Nacional do Ambiente, o primeiro organismo do
Governo para o Ambiente, criado em Junho de 1971.

"Vejo uma continuidade histórica de consciencialização para as
questões ambientais" que, para "todas as pessoas conscientes, assumem
uma importância extraordinária", comentou o antigo Presidente que
percorreu o país em duas presidências abertas dedicadas a estes
problemas.
Lembrando o trabalho feito por Correia da Cunha, Gonçalo Ribeiro
Telles, Francisco Sousa Tavares e Carlos Pimenta, Mário Soares
considerou que "com a luta e o interesse pelo Ambiente nos tornámos um
país mais próximo dos mais avançados, mesmo antes da entrada para a
União Europeia".
José Correia da Cunha, hoje com 84 anos, falou do papel "relativo" da
Comissão Nacional do Ambiente" ainda antes da Revolução de Abril e das
condições difíceis em que se trabalhava, especialmente a oposição que
o país, então colonialista, encontrou nas conferências das Nações
Unidas sobre Ambiente.
"O país que temos hoje não é aquele que sonhei", comentou,
referindo-se, por exemplo, à falta de planeamento da urbanização
acelerada em meados dos anos 70.
Por seu lado, Gonçalo Ribeiro Telles lamentou ontem ao PÚBLICO que se
tenham "perdido 40 anos de planeamento eficaz". O antigo secretário de
Estado do Ambiente defendeu que os problemas ambientais "são uma
consequência do desordenamento do território, dos danos na paisagem",
nomeadamente da perda das populações rurais e da ligação entre as
cidades e o campo. "Hoje há uma incompetência total. O problema é que
nos temos concentrado nas consequências e não nas causas desta
situação em que nos encontramos", acrescentou. "Não conhecemos o país,
não conhecemos a floresta que temos", observou.
Durante a cerimónia de ontem foi lançado o DVD da série documental
para a RTP "Portugal - um retrato ambiental", de Luísa Schmidt.
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1491841

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