quinta-feira, 5 de maio de 2011

Escola agrária de Castelo Branco ensina regresso às hortas para enfrentar a crise

05.05.2011 - 11:22
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Em tempo de crise, a Escola Superior Agrária de Castelo Branco
defende "uma aposta no sector primário" e quer ensinar qualquer pessoa
a criar a sua horta, como revela Celestino Almeida, presidente da
instituição.
São ensinamentos que, "antigamente, circulavam em família: o pai
ensinava o filho a tratar da horta, mas isso perdeu-se" (Paulo
Pimenta)

São ensinamentos que, "antigamente, circulavam em família: o pai
ensinava o filho a tratar da horta, mas isso perdeu-se", destaca.
Para tentar contrariar esta situação, a Escola Agrária vai oferecer
"formações modulares, curtas, para que todos quantos tenham acesso a
terra possam cultivá-la para auto-consumo, sem necessidade de terem um
curso superior".
Alguma formação específica sobre determinados aspectos da actividade
agrícola, como a poda de árvores de fruto, já foi ministrada no último
ano, mas a aposta é para intensificar.
Serão feitas "de forma cadenciada, conforme a procura", e a feira e
exposição agrícola que começa hoje e se prolonga até domingo, no
recinto da escola, "serve para criar esse gosto pelas actividades
ligadas à terra".
A primeira edição da Agro-Agrária - Feira de Agricultura e das
Actividades Agrícolas, aproveita a boleia das festividades da Senhora
de Mércoles, que decorre no recinto adjacente à escola e que culmina
no feriado municipal de Castelo Branco, na terça-feira.
Em exposição vão estar também alguns produtos produzidos pela escola,
como o azeite.
Celestino Almeida acredita que, fruto da crise, "os mercados locais de
proximidade vão ser reactivados, assim como a produção familiar" para
auto-consumo.
Afinal, produzir o que se come "é uma tradição nas famílias
portuguesas. Nas últimas décadas perdeu-se, mas há todos os motivos
para a recuperar", seja do ponto de vista económico, ambiental ou de
gestão do território.
O presidente da Escola Superior Agrária de Castelo Branco acredita
ainda que, com a crise, "há um novo olhar crítico sobre as
importações. Há cada vez maior necessidade de Portugal produzir mais e
melhor".
Para aquele responsável, houve "políticas mal aplicadas ou mal
entendidas que conduziram a algum abandono [do sector agrícola]" e há
"uma imagem dura da agricultura que não corresponde à realidade".
A Escola Superior Agrária vai tentar reabrir o curso superior de
Agronomia, em que já só tem alunos no segundo e terceiro anos
curriculares.
No último ano não abriram vagas e este ano também não haverá.
A estratégia passa por "abrir cursos de Especialização Tecnológica
(CET) de um ano a partir dos quais esperamos encontrar um leque de 10
a 15 alunos para, daqui a dois anos, reabrir o curso de Agronomia",
explica.
Para o próximo ano estão previstos três novos mestrados na área da
engenharia zootécnica, engenharia agrícola e gestão dos recursos
hídricos.
http://www.publico.pt/Local/escola-agraria-de-castelo-branco-ensina-regresso-as-hortas-para-enfrentar-a-crise_1492804

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