segunda-feira, 18 de julho de 2011

Menos 25 mil pipas de vinho do Porto nesta vindima

DOURO
por LusaHoje
A Região Demarcada do Douro vai transformar em Vinho do Porto 85 mil
pipas em 2011, menos 25 mil do que na vindima anterior, disse à
Agência Lusa fonte do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
O presidente do instituto público, Luciano Vilhena Pereira, disse hoje
que o conselho interprofissional fixou em 85 mil o número de pipas a
beneficiar este ano (quantidade de mosto que cada viticultor pode
destinar à produção de vinho do Porto). Este valor representa um
decréscimo de 25 mil pipas em relação à vindima do ano passado. O
benefício foi aprovado com os votos a favor do comércio e os votos
contra da produção. Luciano Vilhena Pereira justificou esta redução
por entender que "face à conjuntura, é um valor ajustado às
necessidades e ao futuro do Vinho do Porto".

O responsável pelo IVDP adiantou que "não se concretizaram as
expetativas de continuar a aumentar as vendas e o crescimento mundial
entre os países compradores de vinho do Porto que se esperavam o ano
passado". Pelo contrário, acrescentou, "os mercados tradicionais,
incluindo o nacional retraíram-se". Vilhena Pereira espera que "a
fixação desta quantidade de mosto disponível permita que os preços na
produção subam significativamente". O comunicado de vindima, que
define o número de pipas a beneficiar, é elaborado com base em vários
fatores, tais como a produção prevista de vinho na próxima vindima ou
as vendas registadas nos primeiros meses do ano.
Isabel Marrana, secretária geral da Associação das Empresas de Vinho
do Porto (AEVP), já tinha dito que o comércio ia defender uma
diminuição do benefício. A qual, segundo a responsável, se justifica
porque a comercialização de vinho do Porto "está em quebra", de
designadamente 3.8 por cento no primeiro semestre comparativamente com
igual período do ano passado. "Por outro lado temos ainda o excedente
de cerca de nove mil pipas que ficaram por vender na vindima
anterior", sublinhou. A Casa do Douro (CD), representante da produção,
considera que esta redução significa que os viticultores durienses vão
experimentar "novos prejuízos" que vão "por em causa muitas
explorações".
"Salvo se o comércio levar por diante uma política substancial de
melhoria de preços, o que não me parece", afirmou à Lusa o presidente
da CD, Manuel António Santos. Por sua vez, a Associação de
Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) classificou esta
redução como a "ruína" dos pequenos e médios vitivinicultores do Douro
e anunciou um protesto para o dia 27 de julho, a decorrer no Peso da
Régua.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1915625&seccao=Norte

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