quarta-feira, 13 de julho de 2011

Posição dominante dos hipermercados está a ser analisada

08-07-2011
Fonte: ANIL/Dinheiro Vivo
João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços
de Portugal, aponta problemas de distorção das leis da concorrência.
Aquele responsável, em entrevista ao jornal digital Dinheiro Vivo,
refere que os "problemas de abuso de posição dominante", por parte da
grande distribuição, "tendem a prejudicar pequenos produtores e
fornecedores".

Dinheiro Vivo (DV): O comércio tradicional já fez as pazes com os hipermercados?
João Vieira Lopes (JVL): Ao contrário do que se pensa, não há guerra
entre formatos de comércio – centros comerciais, hipermercados,
'discounts', mercearias, comércio electrónico. Todos têm as suas
valências. O problema foi a desregulação. Passou-se de uma fase em que
havia grandes restrições para uma total desregulação.
DV: Quem é que promoveu isso?
JVL: Começou com a lei de 2004.
DV: Uma lei do PSD/CDS.
JVL: Sim, mas com a lei de 2009 do PS insistiu-se no mesmo problema.
DV: Os hipermercados destruíram o comércio tradicional ou não?
JVL: O problema não é dos hipermercados. Portugal tinha
estabelecimentos a mais, tinha restauração a mais por habitante. Era
natural que houvesse ajustamentos, como aliás sucedeu em toda a
Europa. Mas o ajustamento foi demasiado rápido e provocou uma
concentração elevada.
DV: Onde?
JVL: No ramo da distribuição alimentar temos dois operadores (Sonae e
Jerónimo Martins) que controlam mais de 50% do mercado.
DV: É mais uma originalidade de mercado à portuguesa?
JVL: É algo que, seguramente, não é típico na Europa. E não é bom.
DV: Está a ser feita alguma coisa contra isso?
JVL: O Conselho Económico e Social começou a analisar o fenómeno. Há
um efeito colateral no comércio e efeitos a montante na agricultura e
na indústria.
DV: Quais?
JVL: Devido ao excesso de poder negocial, a problemas de abuso de
posição dominante que tendem a prejudicar pequenos produtores e
fornecedores. Tal como na área financeira, a desregulação foi
completa. E isto a prazo gera cartelização.
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia40320.aspx

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