sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Área ardida até metade de Agosto é a terceira mais baixa da última década

Balanço
18.08.2011 - 07:58 Por Mariana Oliveira
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Até 15 de Agosto queimaram-se 24 mil hectares de espaços florestais
(Foto: Paulo Ricca/arquivo)
Até 15 de Agosto, os fogos destruíram 24 mil hectares de espaços
florestais no continente, a terceira área ardida mais baixa da última
década.

Os 24 mil hectares contabilizados no último relatório provisório da
Autoridade Florestal Nacional (AFN) publicado ontem mostram que até
metade deste mês as chamas devastaram menos de um quarto dos perto de
104 mil hectares que arderam em média desde 2001. Isto apesar da
diminuição de meios do dispositivo de combate aos incêndios, que conta
este ano com menos 15 aeronaves entre Julho e Setembro, a pior época
dos fogos. Menos significativa é a diminuição das ocorrências. Este
ano foram registadas até 15 de Agosto 13.489 ignições, contra as
14.675 da média da última década.
Agosto está a ser um mês menos problemático que Julho, que contabiliza
a maior área ardida do ano: 10.908 hectares. Na primeira quinzena
deste mês arderam 3249 hectares, um número ainda provisório que, mesmo
assim, já o torna o segundo pior mês deste ano. A maior parte da área
ardida ocorreu em zonas de mato (16.187 hectares), tendo perto de um
terço do total (7812 hectares) destruído povoamentos florestais. O
maior incêndio do ano aconteceu em meados de Julho, em Idanha-a-Nova,
Castelo Branco, e devastou 1568 hectares, um valor muito inferior ao
maior incêndio de sempre, em Niza, que em 2003 destruiu mais de 40 mil
hectares.
Viana do Castelo ocupa o primeiro lugar na lista dos distritos com
maior área ardida (3874 hectares). "No que respeita aos 23.999
hectares contabilizados até 15 de Agosto, cerca de 44 por cento
ocorreu nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Bragança, com áreas
superiores a três mil hectares", lê-se no relatório da AFN.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira,
atribuiu grande parte da responsabilidade dos bons resultados às
condições meteorológicas, que não tem favorecido a ocorrência de
incêndios. "Temos assistido neste Verão a uma instabilidade
meteorológica que não se verificava há vários anos. Tem havido muita
oscilação das temperaturas, mas as noites têm estado quase sempre
muito húmidas", nota Duarte Caldeira. E continua: "O número de
ignições diárias tem facilitado a gestão do dispositivo, que acima de
um determinado número de incêndios entra em ruptura". O dia com mais
fogos deste ano foi 28 de Julho, com 367 ocorrências, um número
bastante inferior às mais de 500 ignições que chegaram a ocorrer o ano
passado, que terminou com uma área ardida de 133 mil hectares.
Duarte Caldeira, que fala de um "ajustamento" do dispositivo de
combate aos fogos, admite que talvez existisse um excesso de meios
aéreos. "Se calhar está demonstrado que os 56 meios aéreos disponíveis
o ano passado são desproporcionais. É possível fazer bem com os 42
aparelhos que estão a operar este ano", afirma. O responsável lamenta,
contudo, a "total ausência de resultados palpáveis a montante do
combate", no âmbito das políticas de ordenamento do território e
gestão da floresta.
http://www.publico.pt/Sociedade/area-ardida-ate-metade-de-agosto-e-a-terceira-mais-baixa-da-ultima-decada_1508081

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