terça-feira, 23 de agosto de 2011

Biocombustíveis: Produtores portugueses querem aumentar a produção e abastecer o mercado espanhol

21 de Agosto de 2011, 11:56
As notícias de que o Governo espanhol se prepara para limitar as
importações de biodiesel da Argentina, um dos maiores produtores
mundiais, animam os produtores portugueses de biocombustíveis sobre a
possibilidade de ganharem um novo mercado.
"Daqui a um ano espero estar a dar boas notícias sobre a exportação de
'biodiesel', produzido em Portugal, para Espanha", afirmou à Lusa o
secretário-geral da Associação Portuguesa dos Produtores de
Biocombustíveis (APPBIO), referindo que o país vizinho se prepara para
adotar uma política de proteção em relação à importação de 'biodiesel'
da Argentina, a preços que impedem qualquer tipo de concorrência.

Em declarações à Lusa, Paulo Carmona adiantou que os preços praticados
pela Argentina, o quarto maior produtor mundial, de onde a Espanha
importou, em 2010, mais de 400 mil toneladas, não permitem a
existência de concorrência no mercado espanhol, mas a intervenção abre
as portas à produção nacional.
"Beneficiamos de uma boa capacidade logística e produtiva, com
fábricas modernas, que estão a produzir a dois terços da sua
capacidade", declarou.
De acordo com o secretário-geral da APPBIO, Espanha é o mercado mais
interessante para a produção nacional de biocombustíveis, porque "a
distância acaba por encarecer o produto" e faz com que as exportações
para mercados mais distantes não tenham viabilidade.
De acordo com a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), existem
atualmente, em Portugal, sete grandes produtores de biocombustíveis,
dos quais dois – a Bioportdiesel e a Valourodiesel – receberam, pela
primeira vez, para 2011, quotas de reserva de emissão de títulos de
biocombustíveis.
No mercado português, operavam já a Fábrica Torrejana de
Biocombustíveis, a Iberol – Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e
Oleaginosas, a Prio Biocombustíveis, a Sovena Oilseeds Portugal e a
Biovegetal, que empregam mais de 200 pessoas, gerando um volume de
negócios de cerca de 400 milhões de euros, segundo a APPBIO.
De acordo com Paulo Carmona, "a situação dos biocombustíveis em
Portugal é semelhante a quase todos os países europeus", realçando que
a capacidade instalada é "suficiente" para cumprir as metas de
incorporação desta fonte energética.
"A capacidade instalada é suficiente para atingir a meta estabelecida
para 2020. As fábricas estão a produzir a dois terços da capacidade,
podendo aumentar a produção", disse, acrescentando que "podem entrar
no mercado novos 'players' uma vez que é um mercado livre".
A Galp Energia, em parceria com a brasileira Petrobras, tem um projeto
para a produção de biodiesel, que nasceu de um acordo de cooperação
assinado entre os dois países, assinado por ocasião da visita do
ex-Presidente brasileiro, Lula da Silva, a Portugal.
Contactada pela Lusa, a Galp Energia adiantou que, neste momento, a
parceria para o projeto da unidade de produção na refinaria de Sines,
com capacidade de produção para cerca de 260 mil toneladas de
biodiesel por ano, ainda está na fase de plantação da matéria-prima,
no Brasil e em Moçambique.
@Lusa
http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1178800.html

Sem comentários:

Enviar um comentário