sexta-feira, 19 de agosto de 2011

FAO insta comunidade internacional a evitar "vergonha" no Corno de África

INTERNACIONAL
18/08/11, 14:27
OJE/Lusa
O director-geral cessante da FAO, Jacques Diouf, realçou hoje em Roma
que os planos de investimento para ajudar as populações afectadas pela
crise humanitária no Corno de África estão prontos, faltando apenas o
seu financiamento pelos parceiros internacionais.
Na capital italiana, onde decorre uma reunião convocada pela
Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) para
impedir o agravamento da crise humanitária na região, Diouf instou os
parceiros internacionais a abrirem os cordões à bolsa antes que seja
tarde demais.

"Os planos de investimento estão aprovados e completos, o que falta é
o seu financiamento. Se os governos e os doadores não reagirem agora,
a fome continuará, e isso seria uma vergonha para a comunidade
internacional", frisou.
Diouf reconheceu que a situação no terreno tem vindo a agravar-se
substancialmente, especialmente na Somália, considerando "provável"
que até ao final deste mês a situação de estado de fome venha a ser
declarada em mais regiões do sul do país.
Para o encontro de hoje - que vem no seguimento da reunião de
emergência, que decorreu no passado dia 25 de Julho - foram convocados
os ministros da Agricultura dos 191 países-membros da FAO e
representantes das organizações humanitárias presentes no Corno de
África.
A seca que assola a região, a pior dos últimos 60 anos, já provocou
dezenas de milhares de mortos e constitui uma ameaça para mais de 12
milhões de pessoas na Somália, Quénia, Etiópia, Djibuti, Sudão e
Uganda.
A FAO espera que de Roma saiam medidas concretas para "enfrentar tanto
as necessidades imediatas como também as causas subjacentes à crise" e
que a reunião ajude a abrir caminho para a conferência internacional
de doadores que a União Africana marcou para 25 de Agosto, em Adis
Abeba, Etiópia.
Apesar de vários países terem decidido reforçar a sua ajuda
financeira, as verbas até agora angariadas continuam muito aquém do
montante que a ONU considera indispensável para poder ajudar as
populações afectadas, tanto a curto como a longo prazo.
Jaques Diouf reiterou que, além da ajuda humanitária imediata aos mais
necessitados, é fundamental delinear estratégias e projectos que
permitam às populações desenvolver modos de vida sustentáveis e
adaptar-se às condições climáticas adversas. Só assim, frisou Diouf,
se conseguirá evitar este tipo de catástrofes no futuro.
Sally Kosgei, ministra da Agricultura do Quénia, sublinhou, por sua
vez, que o seu país - que actualmente acolhe cerca de 500 mil
deslocados somalis - "não se queixa", mas quer lembrar ao mundo que
precisa de ajuda, já que também está a ser gravemente atingido pela
seca.
http://oje.pt/noticias/internacional/fao-insta-comunidade-internacional-a-evitar-vergonha-no-corno-de-africa

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