sexta-feira, 26 de agosto de 2011

«Marketing de Vinhos», o colóquio falhado

josé garrancho Ver Fotos »
Colóquio Vinhos
Há um excesso de produção anual na ordem dos 3 mil milhões de litros
de vinho. Em Portugal, em 10 anos, o consumo de vinhos passou de 50,5
litros para 42,2 litros por cabeça / ano

Os vinhos algarvios foram, uma vez mais e muito bem, uma das grandes
preocupações da Fatasul e da Direção Regional de Agricultura. Durante
a manhã do passado sábado, dia 18, no Convento de S. José, decorreram
em simultâneo um concurso de vinhos e um colóquio subordinado ao tema
«Marketing de Vinhos».

O Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve Engº Castelão
Rodrigues abriu a sessão e apresentou os oradores, um painel de grande
nível, digno de encher qualquer auditório.
O Dr. António José Raiado Pereira, professor de marketing da Escola
Superior de Gestão de Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve,
começou por dizer que, a nível mundial, há um excesso de produção
anual na ordem dos 3 mil milhões de litros de vinho. E que, em
Portugal, em 10 anos, o consumo anual de vinhos per capita passou de
50,5 litros para 42,2 litros.
Esta realidade, por si só, justificaria a presença maciça dos
produtores algarvios, que se queixam de dificuldades em entrar no
próprio mercado algarvio, quer na restauração, quer no consumo
domiciliário. Contudo, «barlavento» só encontrou 3 produtores na
escassa audiência.

Dois especialistas em marketing de vinhos, oriundos da vizinha Huelva,
o Prof. Dr. Alfonso Vargas-Sanchez e a Drª Cristina de la Orden,
trouxeram-nos experiências comprovadas de sucesso. O primeiro, que
mostrou ser um profundo conhecedor da nossa realidade vinícola,
mostrou o sucesso da Conn Creek, nos EUA, onde os visitantes são
estimulados a fazer o seu próprio «blending», preciosa ajuda para os
enólogos afinarem o produto final pelo gosto do consumidor. E o «Tren
del Viño», no Chile, que considerou uma experiência de fácil
implantação no Algarve.
A Drª Cristina de la Orden falou do turista cultural enológico e do
que tem sido efetuado na província de Huelva para cativar e satisfazer
esse nicho de mercado.
A Eng. Maria João Fernão-Pires do Instituto da Vinha e do Vinho
explicou «o porquê da criação da marca Wines of Portugal», direcionada
principalmente aos mercados norte-americano e britânico. E foi dizendo
que os nossos vinhos se distinguem por uma personalidade muito
própria, mistura de qualidade, distinção e complexidade. Estas
qualidades, segundo ela, são o resultado natural de vinhos baseados na
produção multivarietal, com recurso a algumas castas muito antigas e
exclusivas de Portugal. Nas suas palavras, os vinhos portugueses
«afirmam-se pela distinção e diferença».
Embora escassa, a assistência conseguiu gerar um debate final aceso e
interessante, onde foram feitas algumas afirmações que «barlavento»
promete dissecar a apresentar aos leitores num futuro próximo.
26 de Agosto de 2011 | 12:20
josé garrancho
http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=50951

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