terça-feira, 27 de setembro de 2011

Governo: Resolução dos problemas do Douro depende de grupo de trabalho

26-09-2011

A resolução dos problemas no Douro depende «essencialmente» do grupo
de trabalho que analisará a situação, porque há medidas que o Governo
«não pode» tomar, disse o secretário de Estado das Florestas e do
Desenvolvimento Rural.
Daniel Campelo afirma que o grupo que vai apresentar propostas para
tentar resolver os problemas da produção de vinho no Douro, cuja
criação foi anunciada no início deste mês, «tem que ser concebido no
seio da sociedade civil do Douro vinhateiro» e «são as forças vivas e
as entidades da região que têm uma palavra a dizer».

O secretário de Estado falava à Lusa durante uma visita à Gala Ibérica
Equestre, um evento que decorreu até domingo na cidade alentejana de
Serpa, no distrito de Beja, e promovido pelo município local para
promover a arte equestre e revigorar algumas das iniciativas ligadas
ao sector tradicionalmente organizadas no concelho.
As medidas para tentar resolver os problemas «dependem essencialmente
de uma reflexão dentro das instituições do Douro e de acordo com o que
a lei permite e a realidade do país e da região», disse Daniel
Campelo, referindo que «há muita coisa que o Governo gostaria de
fazer, mas não pode», devido a «regras comunitárias e nacionais».
«O Governo tem vindo a intervir, mas só pode intervir nas áreas que
lhe são próprias e não pode intervir naquilo que, muitas vezes, as
pessoas gostariam», disse, referindo, por exemplo, que «o Governo não
pode fixar preços».
O Executivo «ó pode intervir com as medidas que o país possa
disponibilizar em termos legislativos e financeiros», neste caso
através dos programas de financiamento existentes, disse Daniel
Campelo.
No entanto, frisou, a acção do Governo «tem que ser concertada com as
estruturas interessadas no desenvolvimento da produção de vinho no
Douro» e o Executivo está «disponível» para cooperar com o grupo de
trabalho, cuja constituição «é uma incumbência do presidente da
Comunidade Intermunicipal do Douro».
A União das Adegas Cooperativas da Região Demarcada do Douro
(UNIDOURO) reclama do Governo medidas urgentes para ajudar o sector
cooperativo, numa altura em que há viticultores a abandonaram algumas
adegas devido aos atrasos no pagamento das uvas.
Na sexta-feira, o pároco da Régua, Luís Marçal, mostrou-se preocupado
com os pequenos e médios viticultores do Douro, que não recebem os
pagamentos das adegas ou o que recebem não dá para pagar as despesas
da vindima.
Confrontado pela Lusa com o pedido da UNIDOURO, Daniel Campelo disse
que «é provável que as medidas» propostas pelo grupo de trabalho
«passem por um apelo às próprias cooperativas para que evoluam para um
modelo que se ajuste à realidade actual».
«As cooperativas tiveram uma fase muito importante no desenvolvimento
da agricultura nacional, mas hoje os tempos são outros e há a
necessidade de ajustar muito do que está a ser praticado nas
cooperativas e noutras instituições ligadas à agricultura nacional»,
disse.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia41163.aspx

Sem comentários:

Enviar um comentário