quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vindimas indicam ano de grande qualidade apesar de menor produção

03-10-2011

As principais Comissões Vitivinícolas Regionais esperam um ano de
muita qualidade no vinho, apesar do clima e das doenças terem causado
uma redução muito elevada na produção.
No Alentejo, a produção de vinho deve sofrer este ano, no Alentejo,
uma diminuição devido «à instabilidade climática», que permitiu «o
desenvolvimento de míldio», mas sem prejudicar a qualidade final,
afirmou a presidente das Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR) do
Alentejo.

Em declarações à Agência Lusa, numa altura em que estão a terminar as
vindimas, Dora Simões disse desconhecer, ainda, o valor da diminuição,
mas assegurou que «não é um decréscimo que afecte muito negativamente
a região».
O decréscimo previsto, explicou, resulta da «instabilidade climática
que se registou em todo o país, com períodos de calor e precipitação»,
o que contribuiu para «o desenvolvimento de míldio», dando origem a
que alguns cachos secassem, diminuindo a concentração de cachos por
videira.
No entanto, assegurou, este decréscimo não terá consequências na
qualidade do vinho, uma vez que a menor concentração de cachos na
videira permite obter maior concentração e qualidade do vinho".
Mais a norte, no Douro, na mais antiga Região Demarcada do mundo
existem grandes expectativas na qualidade final num momento em que
foram colhidos cerca de dois terços das uvas.
O presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Paulo
Osório, disse à Agência Lusa que o primeiro balanço desta vindima é
«positivo», verificando-se uma quebra de produção em relação ao ano
passado que deverá rondar os 20 por cento. No entanto, segundo o
responsável 2010 foi um ano de elevada produção.
Quanto à qualidade dos vinhos, Paulo Osório referiu que as
expectativas são «muito favoráveis» apesar de este ter sido um ano
«complicado» e que «exigiu um grande esforço e trabalho» por parte de
produtores e enólogos. «Normalmente os anos difíceis trazem-nos vinhos
muito bons», salientou.
O Douro foi este ano atingido, não de forma homogénea, por ataques de
míldio e oídio que obrigaram a uma atenção constante ao
desenvolvimento da vinha e a vários tratamentos. O resultado foi, em
algumas zonas principalmente do Baixo e Cima Corgo, grandes prejuízos
para os vitivinicultores.
Esta vindima no Douro, fica também marcada pelo corte de 25 mil pipas
no benefício, fixando-se em 85 mil as pipas que de mosto que podem ser
transformadas em vinho do Porto.
Este corte traduz-se directamente numa quebra de rendimentos dos
produtores, o que provocou um grande descontentamento um pouco por
toda a região.
No centro do país, no início de Junho instalou-se o medo nos
produtores do Dão mas com o decurso das vindimas, a meio de Setembro,
o cenário mudou de um desastre quase certo para a quase certeza de um
grande ano de vinhos, branco, tinto ou rose.
António Mendes, da CVR do Dão, já considera 2011 como um «grande ano
para os vinhos da região». A podridão negra e o míldio atacaram em
finais de Maio, início de Junho, mas a quebra ficou-se pelos 20 por
cento no global da região.
Depois deste período, de algum susto, as condições climatéricas
rearranjaram-se a contento dos produtores e a qualidade consolidou-se,
enquanto na quantidade, apesar de algumas pessoas «terem sido
severamente afectadas», a média dos últimos anos, de mais de 250 mil
hectolitros, deverá ser mantida.
Já a região vizinha da Bairrada passou incólume às doenças, explicou
José Côrte-Real, secretário-geral da CVR local, salientando que a
colheita das castas dos espumantes já está concluída. Na semana
passada, as castas tintas ficaram já nas adegas e também para elas as
perspectivas são as melhores, apontando José Côrte-Real para este ano
uma estimativa de 350 mil hectolitros produzidos, produção semelhante
à de 2010.
No Ribatejo, a CVR do Tejo prevê um ano de «excelência» na qualidade
dos vinhos produzidos na região, embora registe uma quebra na
quantidade que poderá rondar os 25 a 30 por cento, devido aos ataques
de míldio registados no final da primavera.
José Gaspar, presidente da CVR Tejo, disse à agência Lusa que as
vindimas, que na região começaram no início de Agosto, decorreram
«muito bem», com mostos a perspectivarem vinhos «muito equilibrados» e
«frutados».
Segundo disse, as perdas nas cooperativas chegaram a rondar os 50 por
cento, tendo sido bastante menores nos privados. José Gaspar realçou o
facto de a região estar a registar um crescimento significativo nas
exportações, um aumento de 52 por cento no primeiro semestre do ano em
comparação com o período homólogo, o que atribuiu ao esforço de
promoção externa que a CVR Tejo tem desenvolvido em parceria com os
principais agentes económicos.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia41230.aspx

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