sábado, 5 de novembro de 2011

Aposta estruturada de Espanha multiplica regadios

2011-11-04


Depois do investimento, a eficiência. Esta é a lógica do governo nacional e dos governos regionais em Espanha, no que diz respeito à agricultura de regadio. Depois da promoção do Plano Nacional de Regadios, no horizonte temporal 2000-2008, que alavancou investimentos à melhoria a consolidação de infra-estruturas de rega, o regadio consome 68 por cento dos recursos hídricos de Espanha.
Este tipo de agricultura ocupa apenas 12,5 por cento da agricultura espanhola. Contudo, representa a vertente mais produtiva do sector agrícola do país vizinho (cerca de 60 por cento) e emprega mais de metade dos trabalhadores agrícolas.

A expansão da rega localizada – que cresceu mais de 400 por cento entre 1989 e 2005 – não é apenas resultado de um esforço público. A iniciativa privada foi fundamental na consolidação de investimentos e expansão do regadio. Dos cerca de três milhões de hectares actuais em regadio, 34 por cento são resultado de iniciativas privadas (enquanto 37,4 por cento correspondem aos investimentos públicos recentes).
Actualmente em consulta pública, o Plano de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH) do Guadiana espanhol permite perceber ao pormenor os usos agrícolas, no outro lado da raia, do rio que serve também a estrutura do Alqueva. Na bacia hidrográfica do lado de Espanha, estão referenciados mais de três milhões de hectares de cultivo, dos quais 90 por cento correspondem a uma agricultura de sequeiro e 10 por cento a regadio. Tal como na realidade global do país, a menor dimensão geográfica não é proporcional aos resultados. Só o regadio é responsável por praticamente metade do produto interno bruto agrícola da região.
Em termos de consumo, o documento aponta para uma necessária eficiência nos consumos de regadio. Actualmente, esta forma de agricultura representa, na bacia espanhola do Guadiana, 88,14 por cento do consumo de água. Contudo, os cenários futuros apontam para uma diminuição percentual nos próximos 15 anos. Esta quebra prevista da procura de água no sector agrícola, especialmente no Alto Guadiana, está integrada nas intervenções no âmbito do Plano Especial Alto Guadiana.
Nos cenários previstos pelo PGRH estão também tidos em conta a modernização de regadios prevista no Plano de Sustentabilidade de Regadios, com o horizonte de 2016. Através deste plano, cujas acções estão orçadas em cerca de 121 milhões de euros, estão previstas melhorias de eficiência no uso de água nas culturas de regadio.
Autor / Fonte
Marisa Figueiredo

http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=11311

Sem comentários:

Enviar um comentário