terça-feira, 22 de novembro de 2011

Biocombustível através de plantas espontâneas

ENERGIA EM OLIVEIRA DO HOSPITAL
por LusaOntem

Fotografia © direitos reservados
A Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro (BLC3),
com sede em Oliveira do Hospital, fabricou biocrude proveniente da
giesta, "em laboratório e pela primeira vez no mundo".
A descoberta científica agora alcançada reforça a pré-candidatura, já
apresentada, a apoios comunitários para a criação, naquela região do
norte do distrito de Coimbra, de uma unidade de produção de
biocombustíveis substitutos de gasolina e gasóleo, envolvendo um
investimento de 118 milhões de euros, disse à agência Lusa o
presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino.
"Estes resultados tão animadores", obtidos na sequência de
"investigações desenvolvidas pela BLC3, em parceria com várias
"universidades portuguesas e espanholas" já foi considerado
"prioritário e de interesse nacional" pelo Laboratório Nacional de
Energia e Geologia (LNEG).

"Acreditamos cada vez mais neste projeto" e na possibilidade de, com
ele, se "operar uma transformação radical no paradigma de
desenvolvimento da região", sublinhou o autarca.
Este projecto -- BioRefina-Ter -- e trabalho de investigação associado
podem "revolucionar a região e mesmo o país", sustentou o presidente
da Câmara de Oliveira do Hospital.
Além da giesta, "espécie autóctone com grande capacidade de se
multiplicar sem a intervenção do homem", o BioRefina-Ter promove
igualmente o aproveitamento de outras plantas espontâneas e invasoras,
afirmou o investigador João Nunes, presidente da administração da
Plataforma BLC3.
A utilização da vegetação espontânea para a produção de biocombustível
tem "a grande vantagem de, ao contrário dos biocombustíveis de
primeira geração, não concorrer com os sectores agroalimentar e
florestal", salientou, em declarações à agência Lusa, João Nunes.
Portugal é, aliás, acrescentou aquele responsável, o país da União
Europeia com "a maior percentagem de território só de vegetação
espontânea" (20 a 23 por cento) e onde, por outro lado, "cerca de 70
por cento da sua área não tem aptidão agrícola".
Em 2010 foi destruída pelos incêndios florestais uma área de cerca de
140 mil hectares, 86 mil dos quais de vegetação espontânea, adiantou
João Nunes, destacando a importância que o BioRefina-Ter também terá
na prevenção e combate aos fogos florestais.
Numa primeira fase, traduzida essencialmente na instalação da
biorrefinaria, o projeto abrangerá os concelhos de Oliveira do
Hospital, Arganil, Góis e Tábua, com capacidade para produzir 25 a 30
milhões de litros de biocombustíveis de segunda geração por ano, a
partir de vegetação espontânea, adiantou João Nunes.
Admitindo que esta primeira unidade será instalada em 2014, João Nunes
prevê que a produção seja iniciada em 2019, ocasião em que prevê que
este modelo já esteja a ser replicado pelo país, que, então, poderá
produzir 250 a 300 milhões de litros de biocombustível.
Resultado de uma "aposta da Câmara de Oliveira do Hospital", a BLC3
tem como associadas instituições como as universidades de Coimbra e
Aveiro, o Biocant (Centro de Inovação e Tecnologia de Cantanhede) e o
LNEG e parcerias designadamente com as universidades da Beira
Interior, Minho e do País Basco e Conselho Superior de Investigação
Científica de Espanha.
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=2137414&seccao=Tecnologia&page=-1

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