quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Equipa de portugueses quer «caçar» CO2

Projecto é da Universidade de Coimbra
Por: tvi24 / CLC | 24- 10- 2011 13: 56

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Investigadores da Universidade de Coimbra estão a desenvolver novas
moléculas capazes de absorver o dióxido de carbono (CO2) e o metano
(CH4) e transformar estes gases do efeito de estufa em produtos de
valor acrescentado.
A investigação, hoje anunciada, envolve uma dezena de cientistas de
várias áreas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra (FCTUC) e é financiada pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia.

O objectivo é a «obtenção de supramoléculas organometálicas para a
geração de novos materiais, capazes de sequestrar da atmosfera dois
dos principais efeitos de estufa: o dióxido de carbono e o metano»,
refere uma nota da FCTUC.
Nesta fase inicial, os investigadores estão centrados em obter uma
«impressão digital» das supramoléculas organometálicas, num processo
complexo que exigiu a aquisição de um equipamento específico -
espectrometria de massa multidimensional.
A partir da informação fornecida pela «impressão digital» das
supromoléculas, os investigadores pretendem produzir novas porfirinas
(moléculas orgânicas da família da clorofila, biodegradáveis) com
«propriedades ideais para devorar CO2 e CH4 da atmosfera».
«Há estudos sobre as porfirinas mas não neste campo, em que há um
sequestramento e reconversão do CO2», disse hoje à Lusa o coordenador
da investigação, Abílio Sobral, especialista em Química Orgânica,
considerando tratar-se de um «enorme desafio científico», dada a
«complexidade do trabalho» em causa.
A ideia é, numa segunda fase, instalar equipamentos em «condições
reais, em empresas», acrescentou.
«Já existem filtros (instalados em fábricas) de recolha de CO2 mas
apenas isso, não absorvem o metano ou outros gases. Além disso,
queremos que esses gases reajam entre si e produzam moléculas novas»,
explicou Abílio Sobral.
O CO2 e metano absorvidos poderão ser depois reconvertidos em produtos
de valor acrescentado, nomeadamente metanol (para a produção de
bio-conbustível) e ácido fórmico, muito utilizado na química
industrial (ao nível da produção de papel e de espuma).
A investigação, segundo a nota da FCTUC, é encarada como «decisiva
para a diminuição do aquecimento global do planeta».
«Os ecossistemas que absorvem CO2 e CH4 estão no limite da sua
capacidade e a situação pode sofrer um colapso repentino, de
consequências imprevisíveis, tornando-se urgente preparar novos
materiais para sequestrar os gases de efeito estufa e transformá-los
em produtos de valor acrescentado», sustenta o investigador.
A investigação, iniciada há três meses, tem a duração de três anos e
intitula-se «Supramoléculas organometálicas para sequestramento e
conversão química, in situ, de CO2 e CH4 Atmosféricos».
http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/tvi24pt-ultimas-noticias-investigadores-co2-coimbra/1292221-4069.html

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