quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ministra diz que água e saneamento passarão por "alterações profundas"

Ambiente
22.11.2011 - 16:39 Por Lusa
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A ministra do Ambiente afirmou hoje, em Santarém, que 2012 será um
ano "crítico" em matéria de saneamento e abastecimento de água, área
em que o país passará por "alterações profundas nos próximos tempos".
Assunção Cristas falava na abertura do Encontro Nacional de Entidades
Gestoras de Água e Saneamento, que decorre até quinta-feira no Centro
Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.
Para a ministra, a questão de abastecimento "mais eficiente e mais
equitativo e financeiramente mais sustentável está no centro" das
preocupações do Governo.

Assunção Cristas referiu o facto de a água ser um bem escasso e de
Portugal ser um país vulnerável às alterações climáticas, para
sublinhar que o desafio tem de estar também no uso eficiente deste
recurso.
Segundo disse, as infra-estruturas têm que ser reformuladas para que
Portugal não continue a ter perdas "muito para além dos países
desenvolvidos" e para que seja possível um consumo mais eficiente,
fator que está igualmente fortemente associado aos comportamentos.
Assunção Cristas lamentou que, quando comparada com cidades como
Londres ou Barcelona, Lisboa tenha um consumo de água per capita
superior - mais do dobro -, o que, considera, tem a ver, em parte, com
um desperdício de ordem técnica mas também por as pessoas estarem
porventura menos sensíveis para a necessidade de poupar água.
Segundo disse, o próprio custo financeiro da água - que representa no
orçamento médio das famílias um quarto do que é gasto em energia e um
terço do despendido em telecomunicações – tem um peso nesse
desperdício.
Assunção Cristas disse ter a percepção, nos contactos mantidos com as
mais diversas entidades, de que existe "um consenso bastante alargado
no sentido de que é preciso reestruturar todo o sector das águas" para
se conseguir prestar um serviço de qualidade.
"Procuramos encontrar mecanismos para termos um preço, diria, ajustado
da água, correcto, que reflicta o seu valor mas que se integre numa
estratégia nacional de alguma solidariedade", disse, declarando-se
consciente de que "não é possível nas zonas mais interiores, menos
populosas, sustentar o peso de investimentos feitos com a ambição" de
assegurar água de boa qualidade 24 horas/dia.
Para a ministra, é preciso fazer alguma coisa para que a "distorção de
preços, a dificuldade de racionalizar", patente no "défice tarifário
relevante", possa trazer um "desinvestimento nas infra-estruturas e
uma degradação na qualidade do serviço".
Segundo disse, o primeiro sinal, dado na lei orgânica aprovada há três
semanas, será tornar o regulador "forte e autónomo", e o segundo "será
dado logo no início 2012, se não antes".
Assunção Cristas reafirmou que a reestruturação do sector implicará
concentrações e processos de desenvolvimento horizontalizados.
"Ou seja, pressuporá que haja equilíbrios entre litoral e interior e
progressiva verticalização do próprio sector", permitindo beneficiar
de "economias de escala, de ganhos, racionalizar processos", afirmou.
A ministra reafirmou ainda que a reestruturação "passará seguramente
pela participação de privados na gestão da água", apontando as
experiências internacionais e nacionais que se revelaram bem
sucedidas, e frisando que isso acontecerá a par de uma regulação forte
e regras claras.
http://www.publico.pt/Sociedade/ministra-do-ambiente-adverte-que-agua-e-saneamento-passarao-por-alteracoes-profundas-1522064

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