terça-feira, 29 de novembro de 2011

Última década e meia foi a mais quente desde 1850

Por Agência Lusa, publicado em 29 Nov 2011 - 11:33 | Actualizado há 12
horas 13 minutos
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Os 13 anos mais quentes no planeta foram registados nos últimos 15
anos, desde 1997, alertou hoje a Organização Meteorológica Mundial
(OMM) durante os trabalhos da 17.ª conferência da ONU sobre alterações
climáticas em Durban.
A OMM divulgou no segundo dia da COP17 as conclusões sobre os dados
recolhidos a nível mundial, considerando ser inequívoca a constatação
de um aquecimento global do planeta que põe em risco ilhas, zonas
costeiras, populações e colheitas.

O relatório indicou que o período 2002-2011 iguala o de 2001-2010 como
a década mais quente desde 1850, sendo 2011 é o décimo ano mais quente
desde 1850, data em que começaram a ser registadas medições
científicas das temperaturas.
A temperatura média da última década (2002-11), «superior em 0,46º
centígrados à média a longo prazo», é a mais elevada alguma vez
constatada, igualando a década de 2001-2010, de acordo com o relatório
da agência da ONU especializada em dados meteorológicos.
"A nossa ciência é sólida e prova inequivocamente que o mundo está a
aquecer e que esse aquecimento resulta das atividades humanas", disse
o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, num comunicado que
acompanha o relatório anual sobre tendências climáticas e eventos
meteorológicos extremos.
"As concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera atingiram
novos máximos e estão rapidamente a aproximar-se de níveis
consistentes com um aumento de 2 a 2,4 graus centígrados nas
temperaturas médias globais", salientou o relatório.
Esta tendência verificou-se, notou a OMM, apesar da presença do
fenómeno meteorológico 'La Niña' - na sua forma mais poderosa nos
últimos 60 anos - que se desenvolveu no Pacífico na segunda metade de
2010 e se manteve ativo até maio deste ano.
O estudo salientou que este fenómeno climático cíclico, que aparece
com intervalos entre três e sete anos, provocou condições climáticas
extremas, incluindo seca na Africa Oriental, nas ilhas do Pacífico
situadas na zona do Equador e no sul dos Estados Unidos, bem como
cheias na África Austral, leste da Austrália e sul da Ásia.
Os cientistas afirmaram que embora 'La Niña' e 'El Niño' não resultem
das alterações climáticas, o aumento dos níveis dos oceanos, que são
resultado do aquecimento global, pode afetar a frequência e
intensidade de ambos os fenómenos.
Para os mais de 15 mil delegados à cimeira de Durban - entre membros
de governos, organizações não-governamentais, cientistas e ativistas -
o planeta reservou uma surpresa.
Uma violenta e inesperada tempestade que se abateu sobre Durban e
zonas circundantes, num raio de quase 100 quilómetros, causou seis
mortos, dezenas de feridos e a destruição de centenas de habitações na
véspera da abertura dos trabalhos.
O Centro de Conferências de Durban (ICC), onde decorre a COP17,
registou alguns danos em resultado das rajadas de vento e da chuva,
que provocou inundações em algumas zonas da cidade, embora sem a
gravidade necessária para pôr em perigo o evento patrocinado pelas
Nações Unidas.
http://www.ionline.pt/mundo/ultima-decada-meia-foi-mais-quente-1850

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