domingo, 11 de dezembro de 2011

Assunção Cristas em Durban: “Chegou a altura de os países assumirem responsabilidades”

10.12.2011
Lusa
Qualquer novo compromisso a ser votado em Durban deverá ter em conta
que chegou a altura de todos os países assumirem responsabilidades nas
emissões, quer sejam ou não designados por "desenvolvidos", disse a
ministra da Agricultura, do Mar, Ambiente e do Ordenamento do
Território, Assunção Cristas.
Em declarações à agência Lusa antes de regressar a Lisboa, a ministra,
que participou na conferência COP17 entre quarta-feira e sábado,
manifestou esperança num acordo tardio, apesar de a conferência de
Durban se ter prolongado por mais 24 horas do que a data prevista de
encerramento e existirem sérios receios de falta de quórum para
aprovar documentos nesta altura.

"Embora alguns líderes políticos das delegações tenham partido, eles
deixaram as responsabilidades delegadas em membros designados das suas
delegações – e no nosso caso delegadas em pessoas com a maior
capacidade – que podem perfeitamente garantir o quórum necessário para
passar, ainda hoje, resoluções", revelou a ministra do Ambiente.
Assunção Cristas insistiu no exemplo da China como "um dos maiores
emissores de gases com efeito de estufa que tem de deixar de reclamar
o seu estatuto de país em desenvolvimento para fugir às
responsabilidades das metas", garantindo que o plano proposto pela
União Europeia tem em conta as desigualdades entre países e as suas
necessidades e responsabilidades individuais.
"Há países como a China que, ao abrigo do Protocolo de Quioto não têm
quaisquer responsabilidades na limitação de emissões e esse tipo de
situações também ficam de alguma forma acomodadas (na proposta da UE)
porque os países evoluíram entretanto e, apesar da situação se ter
alterado, é preciso que os maiores emissores de gases com efeito de
estufa, os maiores poluentes, também dêem agora o seu contributo, sob
pena de a eficácia das medidas ser muito limitada", referiu a
ministra.
A governante portuguesa acredita que o plano apresentado pela UE
contempla as necessidades e responsabilidades de todas as nações,
segundo o seu grau de desenvolvimento, rejeitando a ideia de que o que
"emperrou" a 17ª conferência das partes tenha sido o fosso entre ricos
e pobres, como defendem alguns.
"O resultado desta conferência das partes não pode ser apenas uma
resposta à questão 'Quioto sim ou não', mas sim a aprovação de um
roteiro vinculativo e abrangente para todas as partes em conjunto com
o segundo período de Quioto. Aliás, Portugal, no contexto da UE, é
favorável a um segundo período de Quioto, mas que haja simultaneamente
um compromisso para que se venha a adoptar um instrumento vinculativo
para todas as partes", recordou Assunção Cristas.
Em Durban, depois da partida de Assunção Cristas, diz-se que o
Plenário estará em sessão durante a noite e que os documentos em
discussão, que se mantêm "no segredo dos gabinetes", poderão ser
votados antes da meia-noite local (22h00 horas em Lisboa).
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1524540

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