sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Estrela Michelin junta-se ao melhor vinho do Porto

DEZEMBRO - MÊS DAS MARCAS
por Marina MarquesHoje

Uma referência no vinho do Porto há mais de 300 anos, com as marcas
'Taylor's', 'Fonseca' e 'Croft', a Fladgate possui a única estrela
Michelin do Porto, no Yeatman Hotel.
Lidera o ranking do conceituado crítico de vinhos Robert Parker nos
últimos três anos, possui o único vinhedo português que integra a
lista dos 25 melhores terroirs do mundo, segundo a revista Wine &
Spirits, e na semana passada conquistou uma estrela Michelin. O quarto
século de história da Flad-gate Partnership dificilmente poderia ter
começo mais auspicioso.

Talvez o nome deste grupo familiar escape ao conhecimento do público
em geral, mas se dissermos que agrega as empresas produtoras de vinho
do Porto Taylor's, Fonseca e Croft, o reconhecimento é imediato. Tanto
em Portugal como no estrangeiro, onde o grupo coloca 90% da sua
produção.
Os 319 anos de vida estão repletos de datas importantes, para o grupo
e para o vinho do Porto em geral: primeira casa exportadora a investir
em vinha própria (1744); luta contra a filoxera no segundo quartel do
século XIX (que valeu a John Fladgate o título de barão); introdução
dos primeiros plantios por castas no Douro por Dick Yeatman (1927);
produção do primeiro Late Bottled Vintage por Alistair Robertson
(1970); lançamento do primeiro vinho do Porto rosé por Adrian Bridge
(2008).
É o actual director-geral, Adrian Bridge, que desfia e enfatiza a
importância de um passado tão valioso, durante uma visita à mais
recente jóia da coroa da Fladgate: o luxuoso Yeatman Hotel,
investimento de 32 milhões de euros que abriu as portas no Verão de
2010 em Vila Nova de Gaia.
Com uma área de 29 mil m2, a maior parte da qual definida por espaços
ajardinados, todos os 82 quartos e suítes têm um terraço privado com
vista sobre o Douro, oferta a que se junta o restaurante Yeatman que
há uma semana recebeu uma estrela Michelin, beneficiando da
experiência do chef Ricardo Costa que já na Casa da Calçada, em
Amarante, conseguira a mesma distinção.
Não há qualquer segredo neste êxito: "O nosso foco é a qualidade, os
detalhes, porque só assim conseguimos fazer a diferença. É por aí que
passa o futuro da empresa, do Douro e de Portugal", resume Adrian
Bridge, a viver em Portugal há 17 anos e que fez a primeira vindima no
Douro em 1982. Deixou a banca de investimento e aceitou o convite do
sogro para assumir a liderança do grupo. "Há muito poucas empresas no
mundo com mais de 300 anos. Sendo da família e tendo a capacidade para
a gerir, acabou por ser essa a nossa decisão", explica, incluindo
neste plural a sua mulher, Natacha, umas das três filhas de Robertson
e responsável pelo departamento de provas.
Ter uma visão estratégica, a curto, médio e longo prazo, e uma equipa
capaz de entender e pôr em prática a filosofia da empresa são dois
outros trunfos decisivos, a que se junta a permanente inovação.
"Continuar, pelo terceiro ano consecutivo, no topo do ranking de
pontuações médias de Robert Parker é inédito e motivo de grande
orgulho para a nossa empresa, para o vinho do Porto em geral e para
Portugal," refere Adrian Bridge, que inclui sempre a região, o País e
outros produtores de bons vinhos no raio de acção da Fladgate.
Uma visão integrada que se reflecte na actividade do hotel que desde
há um ano realiza todas as quintas-feiras jantares vínicos dando
destaque a um produtor em cada semana e que se prolonga pela extensa
garrafeira de mais de 25 mil garrafas incluídas nas loja no local e
online.
Após o investimento no hotel, "agora estamos a concentrar as linhas de
engarrafamento, uma forma de ganharmos eficiência, posicionando a
empresa para o futuro e assegurando competitividade" nos 63 mercados
em que estão presentes. Uma mudança que liberta espaço para a nova
aposta, o enoturismo, porque "nós, os durienses, achamos que o vinho é
um bom caminho para conhecer a região", justifica.
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=2161970&page=-1

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