quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"O mundo está a aquecer", alerta a ONU

Publicado em 2011-11-29
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Os 13 anos mais quentes no planeta foram registados nos últimos 15
anos, alertou a Organização Meteorológica Mundial durante os trabalhos
da 17.ª conferência da ONU sobre alterações climáticas, em Durban.

foto ROGAN WARD/REUTERS
Jerry Lengoasa, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou, esta terça-feira,
no segundo dia da conferência sobre alterações climáticas, as
conclusões sobre os dados recolhidos a nível mundial, considerando ser
inequívoca a constatação de um aquecimento global do planeta que põe
em risco ilhas, zonas costeiras, populações e colheitas.

O relatório indicou que o período 2002-2011 iguala o de 2001-2010 como
a década mais quente desde 1850, sendo 2011 é o décimo ano mais quente
desde 1850, data em que começaram a ser registadas medições
científicas das temperaturas.
A temperatura média da última década (2002-11), "superior em 0,46º
centígrados à média a longo prazo", é a mais elevada alguma vez
constatada, igualando a década de 2001-2010, de acordo com o relatório
da agência da ONU especializada em dados meteorológicos.
"A nossa ciência é sólida e prova inequivocamente que o mundo está a
aquecer e que esse aquecimento resulta das actividades humanas", disse
o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, num comunicado que
acompanha o relatório anual sobre tendências climáticas e eventos
meteorológicos extremos.

foto ALEXANDER JOE/AFP
Activistas da Greenpeace em acção de sensibilização à margem da cimeira
"As concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera atingiram
novos máximos e estão rapidamente a aproximar-se de níveis
consistentes com um aumento de 2 a 2,4 graus centígrados nas
temperaturas médias globais", salientou o relatório.
"La Niña"
Esta tendência verificou-se, notou a OMM, apesar da presença do
fenómeno meteorológico 'La Niña' - na sua forma mais poderosa nos
últimos 60 anos - que se desenvolveu no Pacífico na segunda metade de
2010 e se manteve activo até Maio deste ano.
O estudo salientou que este fenómeno climático cíclico, que aparece
com intervalos entre três e sete anos, provocou condições climáticas
extremas, incluindo seca na África Oriental, nas ilhas do Pacífico
situadas na zona do Equador e no sul dos Estados Unidos, bem como
cheias na África Austral, leste da Austrália e sul da Ásia.
Os cientistas afirmaram que embora 'La Niña' e 'El Niño' não resultem
das alterações climáticas, o aumento dos níveis dos oceanos, que são
resultado do aquecimento global, pode afectar a frequência e
intensidade de ambos os fenómenos.
Tempestade surpresa
Para os mais de 15 mil delegados à cimeira de Durban - entre membros
de governos, organizações não-governamentais, cientistas e activistas
- o planeta reservou uma surpresa.
Uma violenta e inesperada tempestade que se abateu sobre Durban e
zonas circundantes, num raio de quase 100 quilómetros, causou seis
mortos, dezenas de feridos e a destruição de centenas de habitações na
véspera da abertura dos trabalhos.
O Centro de Conferências de Durban (ICC), onde decorre a conferência,
registou alguns danos em resultado das rajadas de vento e da chuva,
que provocou inundações em algumas zonas da cidade, embora sem a
gravidade necessária para pôr em perigo o evento patrocinado pelas
Nações Unidas.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2155792&page=-1

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