sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Para a Sumol+Compal exportar é mais do que natural

MÊS DAS MARCAS: SUMOL+COMPAL
por RUI PEDRO ANTUNESHoje

A Sumol e a Compal juntaram-se há três anos e passaram a liderar o
mercado das bebidas não alcoólicas em Portugal
"Um gato é um gato, um cão é um cão. Sumol é aquilo que os outros não
são." Era assim que a Sumol se apresentava nos anos 60 naquele que foi
o primeiro anúncio de um refrigerante na televisão portuguesa. Era em
nome da fruta, do natural e da ausência de corantes que a Sumol se
queria distinguir das outras marcas. E ainda hoje é assim.
Porém, se a Sumol começou por ganhar mercado a arrasar a concorrência,
nos últimos três anos cresceu ao unir-se a parte dela: fundiu--se com
a Compal. O que tinham em comum? "O gosto pelo natural e pela fruta",
explica o CEO da Sumol+Compal, Duarte Pinto.
Ao unirem-se tornaram a empresa "líder do mercado das bebidas não
alcoólicas em Portugal", um feito a ter em conta, uma vez que em
diversos países do mundo esse título é conquistado pela poderosa
multinacional Coca-Cola.

Longe dos tempos em que o Sumol era apenas um sumo de laranja vendido
num restaurante de Algés ou que a Compal se centrava na área do
tomate, as empresas continuam a apostar na "inovação e qualidade".
Gerem ainda outras marcas como o famoso Bongo ou o B!, que têm grande
aceitação do mercado.
Duarte Pinto explica que as marcas se juntaram para serem "mais
fortes" não só no mercado nacional mas também numa perspectiva de
internacionalização. "Actualmente, metade das vendas das nossas marcas
já é feita para fora do País", explica o presidente executivo da
Sumol+Compal. Estes 50% de vendas que contribuem para a exportação
nacional correspondem a 50 milhões de litros por ano.
Dentro do mercado internacional, o continente africano lidera (75%),
sendo o angolano o maior consumidor. Porém, são mais de 60 os países
onde pode encontrar-se um Sumol ou um Compal, como por exemplo as
ilhas Maurícias. A empresa aposta também nos mercados emergentes, daí
que recentemente tenha contratado um administrador chinês, sediado em
Pequim, que tentará dinamizar o negócio na China.
Além de aumentar as exportações, a Sumol+Compal tenta investir cada
vez mais nos produtos nacionais. "Há pouco tempo lançámos um produto
que é feito com pêra--rocha e celebrámos um acordo de exclusividade
para comprar pêssegos a um grupo de agricultores portugueses durante
os próximos 10 anos", explica Duarte Pinto.
As marcas também não querem descurar o mercado nacional, no qual
apostam na inovação (que inclui testar novos sabores e produtos junto
do mercado) para se diferenciarem das chamadas "marcas brancas".
Embora o consumo esteja a diminuir, a Sumol-Compal, segundo garante
Duarte Pinto, "tem vindo sempre a reforçar gradualmente a sua quota de
mercado nos últimos três anos".
As campanhas publicitárias e a aposta em áreas cirúrgicas são outras
das estratégias da empresa. Campanhas e novos produtos como o "B! dos
Bosques, para a crise dar de frosques" ou a aposta de determinados
segmentos, como o jovem, através do surf (particular destaque para o
Sumol Summer Fest) são estratégias que têm aproximado os consumidores
das marcas da empresa.
Curioso é também perceber que nem todos os mercados gostam dos mesmos
produtos. No caso da Sumol, por exemplo, o sumo mais vendido em
Portugal é o de laranja, mas nos países africanos já é o de ananás.
Tal como acontece em Cabo Verde, onde a quota de mercado até é
superior à portuguesa no sector das bebidas não alcoólicas.
O futuro da empresa passa por "continuar a crescer fora de Portugal".
No fundo é dar outra dimensão ao trabalho de António João Eusébio
quando, nos anos 50, a caminho do Algarve, pregava chapas com as
letras S, U, M, O e L em tudo o que era parede visível das estradas
mais movimentadas.
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2202840&especial=Made%20in%20Portugal%20-%20M%EAs%20da%20Alimenta%E7%E3o%20e%20Bebidas&seccao=ECONOMIA&page=-1

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