sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Alqueva. CAP defende que Governo deve "rever a sua posição" quanto à data de conclusão do projecto

Por Agência Lusa, publicado em 5 Jan 2012 - 18:08 | Actualizado há 18
horas 7 minutos
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O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
defendeu hoje que o Governo deve "rever a sua posição" quanto à data
de conclusão do projeto de Alqueva e colocar o regadio "dentro dos
prazos que estavam programados".
Em declarações à Agência Lusa, João Machado mostrou-se preocupado,
"não tanto pela dilação no tempo de dois ou três anos pela conclusão
das obras" de Alqueva, mas mais com os projetos agrícolas daquela
zona, já concluídos, que estão dependentes de regadio.

"Tem de ser encontrada uma solução para esses projetos que tinham uma
calendarização para ter água e que agora, eventualmente, não irão ter.
A solução passará, seguramente, por o Ministério da Agricultura rever
a sua posição e colocar a água dentro dos prazos que estavam
programados", afirmou.
De outra forma, "os projetos não terão sustentabilidade e os
agricultores não poderão pagar o investimento que fizeram", sublinhou
João Machado, querendo saber "como é que o ministério encara estas
questões e qual é a calendarização que vai fazer para o projeto".
O presidente da CAP falava à margem de uma reunião com dirigentes
associativos regionais que decorreu hoje nas instalações da Associação
de Beneficiários da Obra da Vigia, em Montoito, no concelho de Redondo
(Évora).
Em setembro passado, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas,
prometeu um "grande empenho" na finalização do Alqueva até 2015, mas
salientou que o andamento da obra dependia das "condições de
financiamento do Estado português".
Na altura, a governante frisou que "não é possível fazer um esforço
imenso de financiamento para concluir Alqueva em 2013", como estava
previsto pelo anterior Governo PS, referindo que o atual Executivo ia
"arregaçar as mangas para que seja possível concluir [as obras] até
2015".
O Orçamento do Estado para 2012 (OE2012) foi um dos principais
assuntos em cima da mesa na reunião de hoje do Conselho Consultivo do
Alto Alentejo da CAP, em que os agricultores se mostraram também
preocupados com a escassez de crédito bancário.
João Machado alertou que, caso não sejam tomadas medidas que evitem a
falta de crédito bancário, os agricultores até podem ter "as verbas
públicas necessárias, sejam nacionais ou comunitárias, mas, depois,
não têm a parte correspondente do investimento privado, porque não há
crédito".
Ainda assim, o presidente da CAP considerou que o OE2012 "é bastante
equilibrado" para o setor da agricultura, já que "o Imposto sobre o
Valor Acrescentado (IVA) dos produtos agrícolas não aumentou", assim
como para as "matérias-primas, nomeadamente o gasóleo".
http://www.ionline.pt/portugal/alqueva-cap-defende-governo-deve-rever-sua-posicao-quanto-data-conclusao-projecto

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