quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cristas recebeu carta do general depois de o ter exonerado

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA ESCLARECE

por Lusa24 Janeiro 2012

O ministério da Agricultura exonerou Mourato Nunes do cargo de diretor
do Instituto Geográfico Português (IGP) a 18 de janeiro e a sua carta
de demissão deu entrada nos serviços apenas a 20, disse à agência Lusa
fonte oficial.
Segundo a mesma fonte, o despacho de exoneração do tenente-general
Carlos Mourato Nunes tem data de 18 de janeiro, quarta-feira da semana
passada, e a decisão foi-lhe comunicada pessoalmente pelo secretário
de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso de
Paulo, no dia seguinte.
A carta de demissão do antigo comandante da GNR só deu entrada nos
serviços no dia 20, sexta-feira, referiu a fonte do ministério de
Assunção Cristas.
Na carta, Mourato Nunes manifesta "estranheza" e "desencanto" com a
ministra da Agricultura e alega nunca ter sido ouvido sobre a nova
orgânica do ministério da Agricultura, que considera "redutora" e
"minimalista".
Na carta dirigida a Assunção Cristas, Mourato Nunes considera mesmo
que a nova orgânica do ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território (MAMAOT) - onde o IGP é extinto e integrado
na Direção-Geral do Território - representa "uma oportunidade perdida"
e "não serve os interesses do país".
Carlos Mourato Nunes afirma que "no que à Geodesia, Cartografia,
Cadastro e Informação Geográfica respeita" no âmbito do PREMAC, nenhum
dos membros do Governo ouviu "os dirigentes nem os especialistas" do
IGP.
"Aliás, se o tivessem feito, para além da dimensão ética da atitude, a
reforma seria diferente, para melhor, sem desrespeitar as linhas de
orientação do Governo no que ao PREMAC refere", acrescenta.
Mourato Nunes defende ainda que Assunção Cristas tem "o direito de
gerir o ministério como entende ser politicamente mais adequado" e "o
direito e a prerrogativa de escolher dirigentes da sua confiança
política e que considera melhor vocacionados para cumprir os objetivos
do Governo", mas não o de "não receber em audiência os altos
dirigentes em exercício de funções, de não os ouvir para os grandes
estudos e análises que concorrem para a elaboração do processo de
decisão, que deveria preceder as reformas em curso".
"Ao longo do período de sete meses de mandato do XIX Governo
Constitucional que V. Excelência integra, não me foi facultada a
possibilidade de uma audiência para consigo dialogar, expor pontos de
vista, discutir políticas, receber orientações ou, tão simplesmente,
estabelecer uma mera relação de conhecimento (...) Durante estes meses
do seu mandato, que segui atentamente, esperei uma palavra, uma
orientação, uma oportunidade; tal não aconteceu, situação que lamento
profundamente e que, por inusitada, muito estranho", assinala.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2261455&page=-1

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