quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cultura de cogumelos é alternativa à emigração de dezenas de jovens de Amarante

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11 de Janeiro, 2012
Mais de duas dezenas de jovens da região de Amarante, alguns dos quais
licenciados, estão a apostar na cultura de cogumelos e outros produtos
agrícolas como alternativa à emigração e saída para a crise económica
que afecta o Baixo Tâmega.
Desde 2009, têm entrado na Associação de Agricultores Ribadouro, que
compreende os concelhos do Baixo Tâmega e do Vale do Sousa, vários
pedidos de financiamento de investimentos agrícolas, nomeadamente para
a produção de cogumelos.
Maria de Lurdes Cardoso, daquela associação, disse à Lusa que na área
dos cogumelos já foram aprovados 25 projectos apoiados por fundos do
PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), no quadro dos incentivos à
instalação de jovens agricultores.

Seis outros encontram-se em fase avançada de preparação e mais dez
intenções de investimento estão a ser analisadas pela associação.
«Tem aparecido muita gente desempregada, pessoas licenciadas em várias
áreas e pessoas que perderam o emprego», explicou, atribuindo esta
situação à crise económica que afecta a região.
«Hoje, quase diariamente aparecerem pessoas para fazerem projectos e a
maioria é gente licenciada», acrescentou a técnica.
Maria de Lurdes Cardoso sublinha que o Baixo Tâmega, por ser
território de minifúndio, é propício à produção de cogumelos porque
esta cultura não exige muito espaço.
Além disso, observa, não é necessário fazer um grande investimento,
que pode ser comparticipado, e o retorno é relativamente rápido.
«Com os apoios do Proder, é fácil iniciar actividade e adaptar uma
infra-estrutura que já existe», disse a responsável da Associação de
Agricultores Ribadouro.
A técnica reafirma que a cultura de cogumelos e de outros produtos,
como os pequenos frutos e as hortícolas, já é vista na região como uma
«oportunidade de futuro».
«Não são os filhos dos velhos agricultores, mas são já os netos. É
gente jovem de outras áreas que vem para a agricultura, porque a
alternativa era a emigração», insistiu.
Esta opinião é partilhada por Sandra Ferrador, técnica superior que
acompanha várias produção de cogumelos actualmente em desenvolvimento
no Baixo Tâmega.
À agência Lusa explicou que este tipo de cultura é vantajoso para a
economia rural, porque o agricultor «tem a vantagem de ir investindo
e, ao mesmo tempo, ter o retorno desse investimento de forma
relativamente rápida».
A técnica sublinha, por outro lado, a possibilidade de serem
aproveitadas estufas ou adegas abandonadas «que podem ser facilmente
adaptadas, com um pequeno investimento, para a produção do cogumelo».
Foi o caso de Pedro Catão, de 36 anos, que aproveitou os terrenos da
família para em 2011 avançar com um projecto de 50 mil euros,
encontrando-se a produzir, em estufas, dois tipos diferentes de
cogumelos - shiitaki e repolga.
O primeiro tipo, ainda em fase de inoculação, desenvolve-se em troncos
de madeira. O segundo cresce em fardos de palha e já está a ser
comercializado. O empresário disse à Lusa que tem garantido o
escoamento da produção dos dois tipos de cogumelos.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=38461

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