domingo, 1 de janeiro de 2012

FAO: José Graziano assume direção com a missão de eliminar a fome em plena crise

O brasileiro José Graziano da Silva vai assumir no domingo a direção
da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
12:55 Sábado, 31 de dezembro de 2011
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José Graziano da Silva, eleito em junho passado para comandar a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
toma posse no domingo, com a difícil missão de erradicar a fome num
mundo a atravessar uma crise profunda.

Para a sua ex-assessora e atual secretária do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome brasileiro, Maya Takagi, o
grande desafio da nova direção da FAO é conseguir convencer os
governos nacionais a assumirem o compromisso político de combater a
fome nos seus territórios.
"A FAO terá de fazer um trabalho junto dos países para fortalecer esse
compromisso, para que os governos deem essa prioridade que o Brasil
deu, no início do mandato do Presidente Lula da Silva, de assumir como
prioridade de governo a erradicação da fome", opina Maya Takagi.
De acordo com os últimos relatórios divulgados pela FAO, existem hoje
cerca de 500 milhões de pessoas em situação de fome no mundo, estando
a maior parte concentrada em África e Ásia.
Cooperação técnica
Para a secretária, que trabalhou na estruturação do programa "Fome
Zero" ao lado de Graziano da Silva, é muito importante que o trabalho
da FAO não seja meramente assistencialista.
"Não é tratar a fome como ajuda humanitária apenas. Precisamos fazer
ajuda humanitária, mas é mais do que isso. É cooperação técnica,
cooperação na formulação de políticas, programas que vão além da
doação de alimentos", defende.
Para cumprir a tarefa, o economista e agrónomo brasileiro terá um
mandato de quatro anos pela frente, com o desafio agravado diante da
crise financeira internacional que traz a tendência de uma
significativa alta nos preços dos alimentos.
Como alternativa ao momento difícil, Maya Takagi aponta os programas
de compra de alimentos do Governo brasileiro que se focam na aquisição
de produtos do pequeno agricultor familiar.
"O nosso programa de compra de alimentos, que faz a ponte entre a
produção local, estimulando a agricultura familiar, para destinar os
alimentos a famílias que estão passando fome, tem sido um bom exemplo
de sucesso", ressalta.
O programa em causa visa estimular a produção do pequeno agricultor
que está isolado e não possui organização suficiente para destinar sua
produção para o mercado.
Crescimento da economia
Com a ajuda do Governo, que passa a adquirir esses produtos nas suas
compras institucionais, este produtor recebe auxílio para canalizar a
sua colheita para a comercialização, além de contar com crédito a
juros mais baratos e garantias de preço mínimo.
"A gente faz a economia girar a partir da distribuição de renda.
Levando esses benefícios para a população mais pobre, eles também
passam a consumir mais e contribuem para o crescimento da economia",
garante Maya Takagi, citando novamente o caso brasileiro.
"Muito desse nosso crescimento nos últimos oito, nove anos, foram
associados a um maior consumo das classes de renda média e rendas
menores. É preciso trabalhar conjuntamente o crescimento com a
distribuição de renda, um alimenta o outro" reforça.
José Graziano foi ministro de Segurança Alimentar do governo de Lula
da Silva, quando ajudou a implantar o programa Fome Zero. Nos últimos
cinco anos esteve à frente da agência regional da FAO para a América
Latina, sediada no Chile.
http://aeiou.expresso.pt/fao-jose-graziano-assume-direcao-com-a-missao-de-eliminar-a-fome-em-plena-crise=f697265#ixzz1iCA4YD6c

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