terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Gente que não separa um boi de uma vaca"

CAP E PEDRO LYNCE CRITICAM MIN. DA AGRICULTURA
por LusaHoje
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
criticou hoje a "mentalidade" do ministério da Agricultura, que
penaliza os agricultores "mais do que é necessário", e receia que a
fusão com o Ambiente seja ainda mais prejudicial.
"Não tem a ver com a cor política de quem está no Governo, e sim com a
mentalidade do ministério da Agricultura que atua como um fiscal que
penaliza o país", afirmou João Machado aos deputados da comissão de
acompanhamento do programa de assistência financeira, que hoje
quiseram ouvir os parceiros sociais sobre as reformas atualmente em
curso.

O presidente da CAP falava a propósito da divulgação recente das leis
orgânicas do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente, e do
Ordenamento do Território (MAMAOT), mostrando-se "preocupado" com a
junção de áreas e serviços "que não se sabe bem como vão funcionar".
Apesar das críticas ao funcionamento da administração pública, João
Machado considerou que é ao ministério da Agricultura que compete
aplicar a Política Agrícola Comum (PAC), nomeadamente a nível de
ajudas comunitária.
"Controlar bem é salvaguardar que os fundos são bem aplicados. Um
'outsourcing' (contratação exterior destas responsabilidades) não
possibilita a formação nesta matéria", salientou o responsável da CAP.
"Há obrigações soberanas que o Estado não pode dispensar. Controlar e
pagar são funções do Estado e devem ser preferencialmente assumidas
por funcionários públicos", frisou João Machado.
Os desabafos do dirigente da CAP foram secundados pelo deputado
social-democrata, Pedro Lynce, que criticou o ministério por "não
estar ao serviço dos agricultores" e ter entregado a fiscalização "a
gente que não separa um boi de uma vaca".
O presidente da CAP não deixou, no entanto, de afirmar que "a
administração toma muitas vezes posições contrárias a cidadãos e
penaliza mais do que é necessário", acrescentando que " a reforma da
administração pública passa, numa primeira fase, por uma atitude
diferente".
João Machado mostrou-se ainda cético quanto à fusão da Agricultura com
o Ambiente:
"O que nos preocupa é a cultura do ministério do Ambiente que,
normalmente, é contra os agricultores. Não temos dúvidas que podem
estar juntos, mas temos medo de mais entropia em serviços que já
funcionam mal.
http://www.dn.pt/politica/interior.aspx?content_id=2275697&page=-1

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