quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Governo apostou em fazer de toda a área agrícola, agroflorestal e agroindustrial uma prioridade da economia nacional

Durante uma visita que fez ontem à produtora de vinhos Casa Ermelinda
Freitas, em Palmela, Passos Coelho fez uma curta intervenção em que
falou do investimento na agricultura e das actuais dificuldades de
acesso ao crédito por parte das empresas.

«Como sabem, sempre que o ambiente externo envolvente se degrada, ou
que as agências de 'rating' colocam maior risco nos países, isso torna
mais difícil a obtenção de financiamento a um custo mais baixo»,
referiu o primeiro-ministro, acrescentando: «Portanto, o Governo tudo
fará para apresentar resultados e não discursos».

Em seguida, Passos Coelho considerou que «as condições de
financiamento à economia portuguesa, e também à agricultura
portuguesa», dependem sobretudo da capacidade de Portugal cumprir os
objectivos com os quais se comprometeu: «Cumprir com o défice, sem
derrapagens, cumprir com os níveis de dívida pública, com os processos
de privatização, com a agenda de reforma estrutural da economia
portuguesa».

«Ora, há um tempo em que tudo isto constitui meramente discurso. Nós
temos de passar da fase em que anunciamos as nossas intenções para a
fase em que mostramos os resultados das nossas acções», reforçou.

De acordo com o Programa de Assistência Económica e Financeira e com o
Orçamento do Estado para 2012, o défice orçamental não pode
ultrapassar 4,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no final
deste ano.

Durante esta visita à Casa Ermelinda Freitas, Passos Coelho esteve
acompanhado pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, e elogiou
o seu trabalho, assinalando que 2011 foi, «desde que funciona este
novo quadro de referência estratégico, o ano de maior investimento na
agricultura», em que o Estado conseguiu «mobilizar para cima de 150
milhões de euros» e o investimento nacional e comunitário «superou 500
milhões de euros».

O primeiro-ministro disse que isso foi possível graças a «um esforço
muito grande» do Ministério da Agricultura. Por outro lado, tanto
Passos Coelho como Assunção Cristas destacaram «a revisão do
parcelário agrícola», referindo que isso poupará o pagamento de multas
por parte de Portugal.

No seu discurso, Passos Coelho afirmou que «o Governo apostou
claramente em fazer de toda a área agrícola, agroflorestal e
agroindustrial uma prioridade da economia nacional», lamentando que
«durante muitos anos» esta tenha sido «entendida como o parente pobre
do investimento nacional e da economia nacional».

Passos Coelho avançou algumas explicações para isso ter acontecido:
«Talvez porque durante demasiados anos os primeiros impactos da nossa
integração europeia nos terem limitado a produção, por haver uma
conotação com o envelhecimento de todos os activos ligados à área
agrícola, o facto de numa parcela grande do território nacional a
agricultura ser muitas vezes sinónimo de subsistências que não de
valor acrescentado e de riqueza».

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/01/17a.htm

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