sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Maioria dos deputados contra fim das touradas

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19 de Janeiro, 2012
A maioria parlamentar manifestou-se hoje contra o fim das corridas de
touros, pedido por uma petição, tendo o BE apoiado esta intenção e "Os
Verdes" defendido uma reflexão sobre a caracterização das touradas
como um espectáculo violento.
A petição pelo fim das corridas de touros reuniu cerca de sete mil
assinaturas, mais três mil do que as necessárias para levar a sua
discussão a plenário da Assembleia da República.
A deputada Isilda Aguincha, do PSD, defendeu que esta é "uma matéria
que respeita à liberdade individual de cada um", sendo as corridas de
touros "historicamente reconhecidas como arte, com elevado número de
espectadores".

No mesmo sentido, a deputada socialista e ex-ministra da Cultura
Gabriela Canavilhas sublinhou a "manifestação inequivocamente
cultural" da tauromaquia, que leva anualmente 900 mil pessoas às
praças e mais de três milhões a festas taurinas e que, tal como não
foi introduzida por decreto, não poderá ser abolida dessa forma.
A democrata-cristã Teresa Anjinho lembrou a "relevante actividade
económica" da tauromaquia, situando-a simultaneamente no domínio dos
"direitos culturais" que "são centrais à vida contemporânea", cabendo
ao Estado "preservar a vida cultural que existe, não criar uma".
O deputado comunista Paulo Sá disse não entender ser "acertado"
qualquer "tipo de proibição por via legal", mas manifestou a
disponibilidade do PCP à "reflexão" sobre uma matéria que, disse,
divide a sociedade portuguesa, garantindo ainda o empenhamento dos
comunistas na "protecção dos animais".
Já a deputada de "Os Verdes" Heloísa Apolónia questionou a "vertente
cultural" da tauromaquia, lembrou a recente proibição na Catalunha, e
centrou a sua intervenção numa eventual caracterização das corridas de
touros como um espectáculo "violento", o que obrigaria, por exemplo, à
indicação desse teor "violento" na sua transmissão televisiva.
Pelo BE, Catarina Martins apoiou a intenção dos peticionários,
argumentando que as corridas de touros provocam nos animais envolvidos
um "sofrimento brutal", num espectáculo que é "bárbaro".
Catarina Martins defendeu que "os partidos devem fazer escolhas",
assumindo que "há muitas visões, inclusivamente dentro do Bloco de
Esquerda", numa referência indirecta à única autarquia governada pelos
bloquistas, Salvaterra de Magos, localidade do Ribatejo com tradições
taurinas.
Lusa / SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=39308

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