sábado, 21 de janeiro de 2012

O Instituto da Vinha e do Vinho retira unilateralmente o exclusivo de produção do Vinho Leve às regiões de Lisboa e Tejo

A produção de Vinho Leve é desde há quase 20 anos um exclusivo da
região de Lisboa e da região do Tejo. Esta exclusividade é regulada
por Portaria desde 1993.
O Vinho Leve que só se consegue produzir em terrenos muito pobres e
ácidos e em clima de grande proximidade do mar, como é o caso destas
duas Regiões. O Vinho Leve dá-se em "Terroir" específico e é um vinho
caracterizado por ter baixo grau de álcool entre 9 e 10% Vol., e por
ter uma acidez alta. É um vinho ideal para muitos tipos de gastronomia
desde logo a que envolve o peixe e o marisco desta região tão próxima
do mar.
O Vinho leve por ser um vinho com baixo grau alcoólico está
especialmente bem adaptado ao modo de vida actual, quer no que
concerne à operação de máquinas quer ainda no que se refere ao cuidado
com a saúde, o peso, etc.

O Vinho Leve foi criado em por Portaria em 1985 e aberto a todas as
Regiões que dele quisessem tirar partido. Como só as Regiões que hoje
se chamam Lisboa (antiga Estremadura) e Tejo, (Antigamente Ribatejo) é
que o produziram, desde 1993 está consignado a estas duas Regiões
apenas.
A região Lisboa tem vários Concelhos que produzem muito Vinho Leve
todos os anos e beneficiam justamente deste exclusivo que lhes dá uma
oportunidade extra no mercado. O Marketing chama a isto uma USP:
Unique Selling Proposition. É muito importante ter estes USP's do lado
da produção.
O IVV tem estado a rever a rotulagem e fez um novo Projecto de
Portaria onde se permite que todas as regiões produzam Vinho Leve.
Quando lhes explicámos o porquê desta característica entenderam por
fim os nossos argumentos (reunião em 5 de Dezembro de 2011) e
aceitaram os nossos critérios. E na reunião seguinte (10 de Janeiro de
2012) deram o dito por não dito, e sem aviso, à revelia da agenda
dessa reunião voltaram a por o assunto na praça para recolher opiniões
eventualmente favoráveis ao que agora pretendem.
A CVR Lisboa não quer que isso aconteça! A produção de vinho leve
sempre foi um exclusivo destas 2 regiões e durante quase 20 anos
ninguém questionou isso. Por que motivo se quer alterar uma coisa que
é boa e funciona bem? Que motivos há? Quem vai beneficiar com esta
desgraça que impõem à Região Lisboa e Tejo? Porquê é que não
explicaram desde o início o que queriam e estão a tentar violentar os
desejos e o sentir de toda uma classe produtora e exportadora?
Para a região de Lisboa são cerca de 5 milhões de garrafas; mas temos
todo o desejo e o objectivo de que este negócio cresça pois ele é uma
actividade importantíssima para grande parte das adegas da região
sobretudo para algumas das Adegas Cooperativas.
Perguntamos, como exemplo, aos Srs. Jornalistas, que diriam se amanhã
os habitantes de Sintra decidissem fazer Queijo da Serra? Vivem numa
Serra… ou se os produtores de vinho decidissem que em vez de "colheita
do ano 2000" por exemplo, o seu vinho dissesse "Vintage 2000" que não
pode dizer por este termo estar - e bem - protegido, para uso
exclusivo do Vinho do Porto
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Quando soube que isto ia acontecer, Vasco d'Avillez, presidente da CVR
Lisboa reuniu a ANDOVI (que representa todas as Comissões
Vitivinícolas Regionais, as CVR's) no dia 10 Dez 2011, com o IVV
(Instituto da Vinha e do Vinho) e concordaram que se manteria assim,
um exclusivo da região Lx e região Tejo.
No entanto, em 5 de Janeiro 2012 numa outra reunião para terminar a
Portaria para posterior envio à Secretaria de Estado da Agricultura, a
Drª Edite Azenha, vice-presidente do IVV voltou a colocar o assunto em
cima da mesa, sem que constasse da Agenda e sem qualquer aviso prévio
aos interessados.
Desde o dia 10 de Janeiro que a Direcção da CVR Lisboa com o apoio da
sua congénere CVR Tejo, está a tentar reunir apoios para que não se
concretize esta abertura a todos de algo que é só destas duas Regiões.
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/01/20f.htm

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