O porta-voz do CDS, João Almeida, sugeriu hoje que os consumidores têm "todo o direito" de adaptarem o seu perfil de consumo na sequência da decisão do grupo Jerónimo Martins transferir a sua sede social para a Holanda.
A declaração de João Almeida, também vice-presidente da bancada do CDS-PP, foi feita no período de declarações políticas do plenário da Assembleia da República e causou manifesta surpresa entre as bancadas da oposição.
Ao longo desse debate, Bloco de Esquerda, PS, PCP e Partido Ecologista "Os Verdes" defenderam mudanças na lei ao nível da tributação dos lucros das empresas em território nacional, tendo em vista impedir a sua fuga para o estrangeiro, mas nunca colocaram a possibilidade de qualquer exercício de penalização ao nível do consumo de bens vendidos pelo grupo Jerónimo Martins, proprietário dos supermercados "Pingo Doce".
Para o porta-voz do CDS, "se é legítima" a opção de um empresário nacional transferir a sua sede social para outro país, "ainda que possa ser criticável, também é legítimo aos consumidores retirarem consequências dessa opção e adaptarem o seu comportamento".
"Como é evidente, qualquer consumidor tem todo o direito, perante uma opção destas do empresário, de adaptar o seu perfil de consumo", acrescentou João Almeida.
Tal como antes fizera o deputado do PSD Virgílio Macedo, também João Almeida situou a causa do problema da decisão do grupo Jerónimo Martins na perda de competitividade fiscal do país.
João Almeida referiu a este propósito que, durante a vigência dos governos socialistas, 15 dos maiores grupos económicos nacionais também mudaram a sua sede social para o exterior, "realidade que o PS agora pretende ignorar".
Na resposta, o deputado do Bloco de Esquerda Pedro Filipe Soares acusou o CDS de revelar que "o seu amor pelos contribuintes já desapareceu".
"Afinal, o CDS acha normal que este grupo económico saia do país, porque no passado outros 15 já saíram", respondeu o dirigente do Bloco de Esquerda.
Entretanto, o Pingo Doce esclareceu os seus clientes, através de um comunicado inserido no seu site que:
"no seguimento de notícias que têm sido postas a circular pela comunicação social, informa que:
• A sede do Pingo Doce mantém-se em Portugal;
• Como tal, o Pingo Doce continuará a pagar a totalidade dos seus impostos em Portugal, aliás como sempre sucedeu no passado."
Fonte: Lusa e Pingo Doce
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/01/04i.htm
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