quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Produção de biocombustíveis jamais deve afetar a segurança alimentar

Combustíveis
Quarta-feira, 04 de Janeiro de 2012

Novo chefe da agência para Agricultura e Alimentação, o brasileiro
José Graziano da Silva contou à Rádio ONU, que na América Latina,
apenas quatro nações estão aptas a produzir etanol sem afetar
segurança alimentar: Argentina, Brasil, Colômbia e Paraguai.
Por Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas devem estudar a situação de cada país interessado em
produzir biocombustíveis. Segundo o novo diretor da Organização para
Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva, a produção não
deve jamais afetar a segurança alimentar.
O tema é polêmico. Até mesmo o relator para o Direito à Alimentação da
ONU, Olivier de Schutter, já chamou a atenção, várias vezes, para a
perda de terras cultiváveis, por agricultores em países desenvolvidos,
que ameaçam com uma situação de fome em comunidades inteiras.
Cooperação

Neste entrevista à Rádio ONU, de Roma, José Graziano da Silva, disse
que é preciso analisar a situação de cada país. E comentou um estudo
feito na América Latina, em cooperação com a Comissão Econômica para a
região, Cepal, sobre o impacto na produção do etanol.
"Nós precisamos, caso a caso, ver que países podem ou não produzir
biocombustível sem que isso afete a segurança alimentar, porque a
segurança alimentar deve ter sempre prioridade. No caso da América
Latina, nós fizemos um estudo detalhado e chegamos à conclusão que
somente quatro países da região podem expandir a produção de
biocombustível sem colocar em risco a segurança alimentar. São eles: a
Argentina, o Brasil, a Colômbia e o Paraguai, que também é um grande
produtor de grãos."
Cana e Milho
De acordo com José Graziano da Silva, nem todos os biocombustíveis são
ruins. Ele afirmou que enquanto o produzido pela cana-de-açúcar é
sustentável, já o baseado em em milho, como é o etanol americano, é o
que mais preocupa a agência.
"Tem biocombustível que impacta na segurança alimentar e tem
biocombustível, que além de não impactar na segurança alimentar,
permite gerar novas fontes de renda para os agricultores nos países em
desenvolvimento."
Ainda na entrevista, José Graziano da Silva afirmou que espera que a
produção do etanol à base de milho venha a diminuir nos Estados Unidos
com o fim do subsídio aos agricultores americanos.
Rádio ONU parceira da EcoAgência
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHpkeX1GdWJFbKVVVB1TP

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