sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Restauração vai aprender a servir vinho do Porto

26 Janeiro 2012 | 20:08
António Larguesa - alarguesa@negocios.pt
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Instituto público investirá este ano 2,3 milhões de euros na promoção
e internacionalização dos vinhos do Porto e do Douro, tentando
contrariar a quebra no posicionamento comercial na última década. Os
turistas têm de ser os melhores embaixadores da "experiência Porto",
no regresso a casa.
É com menos dinheiro – em 2010 o investimento tinha sido de 2,8
milhões e em 2011 de 2,7 milhões de euros –, mas com uma estratégia
renovada e para três anos, que o Instituto dos Vinhos do Douro e do
Porto (IVDP) tentará dar um novo ímpeto às vendas no ano que agora
começa. A incorporação da valia do território – Douro Vinhateiro e
Porto – e do reputado processo de certificação da denominação de
origem no próprio valor do produto está na mira dos responsáveis
públicos.

Presente em mais de uma centena de países, mas com grande
predominância e estabilidade em cinco deles – França, Portugal,
Holanda, Reino Unido e Bélgica, por esta ordem – a aposta será
direccionada para os mercados tradicionais português, francês e
britânico, e nos potenciais (Estados Unidos, Brasil, Canadá, Espanha)
em que o consumo per capita está em fase ascendente. Depois surge
também a China como um mercado emergente para o vinho do Porto, onde o
IVDP pretende criar imagem e notoriedade para uma futura penetração
mais forte.

Tendo completado o vinho do Porto uma década de quebra no seu
posicionamento comercial, o IVDP, com nova presidência desde meados de
Novembro, quer "apostar em novos consumidores, novos momentos de
consumo e novas formas de promover o próprio vinho do Porto". As
palavras são do recém-nomeado presidente, Manuel Cabral, que lembrou
ao Negócios "a sorte de trabalhar com um território naturalmente
certificado através do esforço e do trabalho de muitas gerações – o
Douro Vinhateiro, classificado pela UNESCO como património mundial".

Além das já habituais presenças em feiras e do trabalho próximo com as
escolas de hotelaria francesas – um esforço que será alargado este ano
também às escolas portuguesas – Cabral destacou a acção em que mais
será gasto neste ano e que arrancará em breve: um "plano de formação e
esclarecimento sobre o que é o vinho do Porto, as suas diferentes
categorias, como é que deve ser servido, quer o tipo de copo e
temperaturas, as associações com gastronomia".

Os alvos serão os restaurantes do Grande Porto, em particular no
centro histórico do Porto, Gaia e Matosinhos, além do Douro, que é
onde comem o grosso dos turistas que cada vez mais procuram a região.
"Sentimos que nestas zonas há uma debilidade muito grande da
generalidade dos restaurantes que são procurados pelos turistas,
sobretudo estrangeiros. Tem havido um crescimento brutal da procura do
turismo, em particular no Porto, e há essa debilidade no que diz
respeito ao conhecimento do vinho do Porto", resume Manuel Cabral.

"A maneira como é servido, tratado e comunicado o vinho do Porto é
determinante. Quando vendemos a um turista estamos a exportar, num
certo sentido, e por outro lado estamos, se fizermos bem esse trabalho
de promover bem o vinho junto dos turistas, a ter a melhor publicidade
que podemos ter, a do boca-a-boca aos familiares e amigos",
acrescentou.


Brilhar na passadeira vermelha do cinema

No plano de promoção e internacionalização, que foi apresentado na
segunda-feira ao conselho interprofissional (composto pelos produtores
e comerciantes), mantêm-se também as acções de promoção nos festivais
de cinema, em particular no de Cannes e de San Sebastian, que
começaram em 2010.

Reconhecendo não dispor de dados objectivos que permitam uma avaliação
precisa sobre o sucesso dessas iniciativas, Manuel Cabral disse que a
produção e o comércio deram o aval para que se mantivessem estas
acções no plano, embora numa atitude "mais vigilante", que a nova
presidência escolhida recentemente pelo Ministério da Agricultura quer
adoptar em todas as áreas. "Quando invisto um cêntimo de dinheiro
público tenho de ser capaz de mostrar por que é que valeu ou não a
pena fazer isso", explica.

Dizendo ter já sentido um "interesse especial dos Ministérios da
Agricultura e dos Negócios Estrangeiros por este produto", o
presidente do IVDP valorizou ainda aquele que será o trabalho de
promoção em colaboração com as embaixadas portuguesas. "É
particularmente importante que, pela primeira vez, a AICEP esteja sob
a tutela delegada pelo primeiro-ministro no Ministério dos Negócios
Estrangeiros, que pela primeira vez os nossos representantes
diplomáticos estejam associados aos nossos representantes comerciais",
debaixo da mesma tutela.

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