terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Santarém: Hortas Participadas abrem portas da APPACDM à comunidade

23 DE JANEIRO DE 2012, 10:14
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A Associação de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental
(APPACDM) de Santarém decidiu abrir portas à comunidade, convidando
desempregados e idosos a criarem hortas nos socalcos da quinta onde
tem as suas instalações, no Vale de Santarém.


O projeto "Uma Quinta para Todos", financiado pela EDP, prevê a
instalação de "hortas participadas" nos socalcos até aqui
desaproveitados da quinta de Nossa Senhora do Rosário, uma propriedade
com cerca de 7.500 metros quadrados, onde não falta água.

Os 10 socalcos estão a ser divididos em talhões de diversos tamanhos,
onde desempregados e reformados da região vão poder fazer as suas
hortas, sozinhos ou em grupo, depois de uma formação assegurada pela
Fundação EDP.

"O projeto tem duas vertentes, uma que vai reabilitar a estufa que
tinha sido destruída por uma intempérie e um telheiro de vidro para os
nossos jovens envasarem flores, e outra que visa abrir a instituição à
comunidade e rentabilizar os socalcos", disse à agência Lusa Filipa
Camacho, a socióloga que dirige o Gabinete de Projetos da APPACDM de
Santarém.

"Queremos ver a comunidade do Vale de Santarém a entrar pela
instituição e a conviver connosco", afirmou.

Na fundamentação do projeto que candidatou ao apoio da Fundação EDP, a
APPACDM refere "a importância de crianças e jovens 'voltarem à terra',
fomentando o respeito pela natureza", e a necessidade de "minimizar
estigmas, incluindo nos diversos grupos exteriores ao colégio clientes
da APPACDM, com vista ao desenvolvimento de atividades conjuntas em
meio agrícola".

Aponta ainda o facto de num raio de seis quilómetros da instituição
haver uma "população envelhecida e desocupada", com o fenómeno do
desemprego (com uma taxa acima da média nacional) a afetar uma faixa
dos 45 aos 54 anos.

As hortas que têm estado a ser preparadas nos socalcos da quinta vão
desde os 50 aos 500 metros quadrados, com preços "simbólicos", que vão
dos 5 aos 20 euros, uma pequena ajuda compensada pelo que vão retirar
da terra e por todo o suporte que lhes é dado, desde a formação à água
para rega, a locais de apoio e guarda de material.

"É uma mais-valia em termos económicos e de ocupação de tempo", disse
Ângela Alberto, a engenheira agrónoma que acompanha os trabalhos
agrícolas na quinta.

A recuperação da estufa vai permitir que a instituição, que serve
90.000 refeições por mês, aumente a produção própria de hortícolas,
frisou Luís Amaral, presidente da APPACDM de Santarém.

@Lusa

http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1216231

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