terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Abastecimento público ao Algarve garantido por três anos "mesmo que não chova uma gota"

SECA
por LusaHoje
O abastecimento de água ao Algarve está garantido para os próximos
três anos, mesmo que não chova durante todo esse período, garantiu
hoje a empresa Águas do Algarve, sublinhando que todas as barragens
estão a mais de 65%.
"Se por hipótese absurda não cair uma gota de água no Algarve inteiro
durante três anos consecutivos, o abastecimento está garantido", disse
à Lusa o presidente da empresa, Artur Ribeiro.
Na segunda-feira, a barragem de Odelouca estava a 65% da sua
capacidade máxima, Bravura a 81,6%, Funcho a 34,2%, Odeleite a 78,5% e
Beliche a 70,1%.
O presidente da Águas do Algarve observou que, além dos 282 milhões de
metros cúbicos atualmente existentes nessas cinco grandes barragens,
que garantem o abastecimento público e rega para agricultura, a
empresa tem ainda autorização para captar 15,8 milhões por ano do
grande aquífero subterrâneo Querença/Silves, que se encontra
praticamente no máximo da sua capacidade.

"No total temos a possibilidade de utilizar 329 milhões de metros
cúbicos nos próximos três anos", contabilizou, adiantando que o
consumo para abastecimento público dos últimos três anos contabilizou
203 milhões, correspondendo mais cerca de 100 milhões à agricultura.
No ano de 2009, o Algarve consumiu 71 milhões de metros cúbicos, em
2010 gastou 67 milhões e no ano passado 65 milhões.
Segundo Artur Ribeiro, esta previsibilidade só é possível porque,
desde a última seca, no biénio 2004/2005, "a empresa fez o trabalho de
casa".
Parte desse trabalho consubstancia-se na construção de uma estação
elevatória reversível, na zona central do Algarve, que permite a
passagem de 600 litros de água por segundo entre o sistema composto
pelas três barragens do barlavento (oeste) e o sistema
Odeleite/Funcho, no sotavento (este).
De acordo com o mesmo responsável, as duas outras vertentes do
"trabalho de casa" da empresa foram a construção de grandes captações
de água para o aquífero Querença/Silves, nas povoações de Vale da Vila
e de Benacite, ambas no concelho de Silves, e a construção da grande
barragem de Odelouca.
"Sem Odelouca, hoje estaríamos com um problema grave", sustentou,
garantindo que os atuais 102 milhões de metros cúbicos face à
capacidade máxima de 157 milhões (65%) "poderiam ser mais se não
tivesse sido deitada água à ribeira nas várias fases de enchimento".
A barragem de Odelouca, cujo primeiro projeto data de 1977, começou a
ser construída em 2001, mas a obra parou em 2003 devido a uma queixa
de organizações ambientalistas em Bruxelas contra o Estado português
e, mais tarde, devido a um contencioso entre a construtora e o Estado.
A gestão da barragem, inicialmente a cargo do INAG (Instituto da
Água), foi entregue à Águas do Algarve em dezembro de 2006 e as obras
recomeçaram em fevereiro de 2007, ficando concluídas em finais de
2010.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2331466&page=-1

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