sábado, 4 de fevereiro de 2012

Daniel Campelo entende que a agricultura pode ser «saída» para a crise

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O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural
considerou hoje que o regresso à agricultura pode ser uma forma de
"contornar" a crise do país e reduzir o volume de importações de
alimentos.
O regresso à terra é, segundo Daniel Campelo, uma forma "forte" de dar
resposta à crise, valorizar os produtos locais, conceder uma
oportunidade ao mundo rural e atenuar o problema da desertificação.
Neste momento, frisou, é "importantíssimo" as pessoas e as empresas
apostarem na agricultura porque é uma forma de Portugal conquistar
independência económica face às exportações.
O governante salientou ainda que é "imperativo" aumentar a produção
nacional para reduzir as importações de três mil milhões de euros em
alimentos.
Hoje, ressalvou, existem cerca de 1, 5 milhões de hectares de terra
abandonada e mais de 125 mil hectares de terreno agrícola por cultivar
no país.

Por isso, o Governo está a preparar um pacote de medidas para
incentivar o regresso à agricultura, como a criação de um sistema de
incentivo aos jovens agricultores e a criação de uma bolsa de terras.
"O nosso objetivo é aumentar a produção nacional, a qualidade e levar
os portugueses a consumir o que é nosso", realçou.
Neste sentido, o dirigente salientou a importância de o Governo
estabelecer parcerias com o poder local, associações e agricultores.
Daniel Campelo entende que a agricultura não está, nem pode estar
condenada à morte porque, atualmente, é uma "tábua de salvação", dado
que, sem um aproveitamento sustentável, racional e equilibrado da
terra a humanidade está condenada a uma fatalidade.
"Temos mercado para escoar os produtos, mas temos dificuldade de
organização de oferta e comercialização e é isto que temos de
trabalhar", comentou.
No futuro, explicou o membro do Governo, não podemos trabalhar ao
nível municipal, aliás o desafio é dar "força" às comunidades
intermunicipais para que os projetos tenham uma escala intermunicipal
e sejam partilhados e desenvolvidos pelo maior número de autarquias.
Daniel Campelo contou, a título de exemplo, que há pouco tempo em
conversa com o ministro da Agricultura da China, que estava de visita
a Portugal, este ficou surpreendido com a situação "frágil" do sistema
de produção e comercialização do vinho.
"Temos muitas regiões, muitas marcas de bom vinho português, mas
muitas dificuldades de fazer promoção além fronteiras", garantiu.
Desta forma, disse, o que ele me recomendou foi que o país fizesse um
só pacote e vendesse o produto como vinho de Portugal.
"Esta é uma achega que deve ser ponderada pelos agentes de
comercialização no setor dos vinhos, azeite e que têm necessidade de
exportar", sustentou.
As pessoas, considerou, têm de pensar de forma adaptada ao momento
presente para serem mais eficazes e venderem com maior valor
acrescentado.
Por isso, disse, é que sou a favor da reforma do pode local para que
se ganhe escala, eficácia e se reduzam custos.
O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural presidiu
à sessão de abertura da Feira Sabores e Saberes, em Chaves, que
decorre até domingo com a presença de 78 expositores.
Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=556887

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