quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Fabricantes de máquinas agrícolas otimistas para 2012

por Emília Freire, em Saragoça*
16 de Fevereiro - 2012
O segundo dia da 37ª Feira Internacional de Máquinas Agrícolas (FIMA),
em Saragoça, foi marcado pela conferência MedWinds organizada pela
ANSEMAT (Asociación Nacional de Maquinaria Agropecuaria, Florestal y
de Espacios Verdes) e pela Feria de Zaragoza, na qual participaram
executivos das principais marcas internacionais de máquinas agrícolas.

Na abertura, Gilles Dryancour, presidente do CEMA (Associação Europeia
de Fabricantes de Maquinaria Agrícola) e diretor de relações
institucionais da John Deere para a Europa, CEI, África e Médio
Oriente, afirmou que, até agora, o impacto da crise financeira e das
dívidas europeias no setor da maquinaria agrícola não se está a
sentir.

Indicadores fundamentais, como o aumento da população, da produção
agrícola e dos preços, provocam a redução dos stocks e criam um clima
favorável ao crescimento da procura de máquinas agrícolas, como
aconteceu em 2011. "2012 deverá ser outro muito bom ano para o
negócio!", concluiu, depois dos níveis recorde atingidos no ano
passado.
Uma opinião corroborada por Gerd Wiesendorfer, do Departamento de
Análises de Mercado e Estatística de Maquinaria Agrícola da VDMA
[associação alemã que representa mais de 3 000 empresas de
maquinaria], que se apresentou "muito otimista para 2012".
Mercado europeu vai crescer em 2012
Conforme explicou, "o mercado europeu de máquinas agrícolas cresceu
mais do que o esperado em 2011", registando uma progressão de 17%,
sendo que a Alemanha (o maior mercado e que vale cerca de 5 000
milhões de euros) cresceu 29%, seguida da França (o segundo mercado),
com um aumento de 27%.
Claro que o comportamento não foi igual em todos os países, com Itália
e Espanha a manterem ou mesmo reduzirem o seu mercado [bem como
Portugal].
À margem da conferência e da feira, a VIDA RURAL falou com os
responsáveis das principais marcas no mercado português que se mostram
pessimistas a curto prazo e moderadamente otimistas a médio prazo,
esperando, nomeadamente, que a retoma chegue em 2013, depois de o ano
passado ter sido o pior dos últimos 20 anos.
O analista da VDMA frisou ainda a importância do mercado polaco, que
já vale cerca de 1 200 milhões de euros, situando-se no sexto ou
sétimo lugar (valores provisórios de 2011). Wiesendorfer considera que
"o grande potencial de crescimento está Europa Central e de Leste,
nomeadamente na Polónia e Roménia", uma vez que "o Sul da Europa está
a ser afetado pela dificuldade de acesso ao crédito, por parte dos
distribuidores e clientes".
A produção de máquinas agrícolas deverá aumentar em cerca de 5 a 10%,
este ano, segundo a VDMA, embora "as discussões da revisão da PAC
possam criar alguma perturbação".
A conferência terminou com uma mesa redonda em que participaram
executivos do CEMA, AGCO (Valtra, Massey Fergussone Fendt), Claas,
Kuhn, New Holland e Same Deutz-Fahr, expondo alguns dos problemas que,
na sua opinião, afetam a economia agrícola e a mecanização do
Mediterrâneo. Assim, indicaram a seca e o problema da água como um
"fator importante", além de algumas questões legislativas que afetam a
competitividade.
*a convite da Feria de Zaragoza
http://www.vidarural.pt/news.aspx?menuid=8&eid=6201&bl=1

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