sábado, 25 de fevereiro de 2012

Falta de chuva agrava cenário de incêndios

SECA
por LusaHoje

Fotografia © Arquivo Global Imagens
O especialista em incêndios Francisco Castro Rego admitiu que, se
continuarmos sem chuva, o cenário de fogos "fora de época" pode
agravar-se e sugeriu a criação de uma comissão nacional para a seca.
"Os incêndios estão mais ligados à secura do que à temperatura. A
falta de precipitação no inverno conduz a essa situação [fogos] e já
há alguma área ardida nesta altura", disse Francisco Castro Rego à
agência Lusa.
Contudo, o professor no Instituto Superior de Agronomia frisou que as
"noites estão mais frias e a humidade noturna faz com os incêndios não
passem de um dia para o outro e não atinjam as proporções dos
incêndios no verão".

Apesar de admitir que a "acumulação desta situação [falta de chuva]
pode ser grave", o especialista considerou que "poderá ser
interrompida por um período de chuva que apareça nas próximas semanas
ou mês".
"Mas se a situação perdurar, podemos ter uma primavera ou verão muito
complicados", frisou.
Francisco Rego Castro admitiu também que, se a seca se mantiver,
poderá existir falta de água para o combate aos incêndios.
"O consumo será a primeira prioridade, depois as culturas agrícolas. A
ajuda aos combates dos incêndios fica complicada", afirmou.
Para se mitigar os danos causados pela seca, o especialista defendeu
que se deve criar uma comissão nacional para a seca, semelhante à
criada em 2005, "quando foi registada a maior seca dos últimos 75
anos", e que teve "muito sucesso".
Por seu lado, o especialista em planificação e defesa do espaço rural
contra incêndios, Pedro Cortes, disse à Lusa que os proprietários
deviam "controlar as zonas de mato à volta das casas" numa tentativa
de preservarem a sua habitação dos incêndios.
"Também as autarquias e as juntas de freguesia deviam de ter uma ação
mais estruturante em locais estratégicos para ajudar os combates aos
incêndios", sugeriu.
Referindo-se ao "abandono enorme de terrenos", Pedro Cortes considerou
que as autarquias se devem "substituir aos proprietários" e fazer
"intervenções cirúrgicas em locais chave".
"A prevenção faz-se reduzindo a perigosidade dos incêndios", recordou.
Nos últimos dias têm-se registado dezenas de incêndios no país.
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2325834&page=-1

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