segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Florestas já estão debaixo de fogo

Incêndios: Seca prolongada facilita a rápida propagação das chamas
O aumento dos fogos florestais, que triplicaram este ano em comparação
com os dois primeiros meses do ano passado, está a levar as
corporações de bombeiros à falência, pois só no período de Verão é que
o combate às chamas é financiado pelo Governo. A Liga dos Bombeiros
Portugueses já veio reclamar um financiamento extraordinário, para
garantir a operacionalidade dos corpos de bombeiros. Para amanhã está
marcada uma reunião com o ministro da Administração Interna.
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Por:Isabel Jordão

As queimadas de Inverno, que se propagam com facilidade devido à seca
prolongada, estão na origem do aumento do número de incêndios. Até
ontem houve mais de duas mil ocorrências, quando nos dois primeiros
meses de 2011 se registaram 592 ignições.

"Os bombeiros trabalham todo o ano a apagar incêndios e a prestar
socorro, mas só são subsidiados nos meses de Verão, o que está a
deixar as associações humanitárias numa situação financeira muito
difícil", disse ontem ao CM o segundo comandante dos Bombeiros
Voluntários da Guarda, António Morais, adiantando que na sua área de
actuação "todos os dias" tem havido incêndios.
No sábado, por exemplo, houve cinco incêndios "de grande dimensão",
explicou António Morais, frisando que "a velocidade de propagação das
chamas é impressionante, até quando as temperaturas são negativas e a
água congela nas mangueiras".
"Os pastores precisam de dar de comer aos animais e como o pasto
começa a escassear fazem as queimadas, mas não têm mão nelas e sobra
sempre trabalho para os bombeiros", adiantou António Morais.
No concelho de Castro Daire os incêndios também não têm dado descanso
aos bombeiros, havendo "vários" todos os dias. "As pessoas pensam que
podem fazer queimadas, de sobrantes ou para renovação dos pastos, mas
esquecem-se de que os terrenos estão muito secos, porque não chove,
faz vento e as temperaturas são muito elevadas durante o dia", disse o
comandante dos Voluntários de Castro Daire, Paulo Matos, salientando
que as despesas com combustíveis e equipamentos estão a tornar-se
"incomportáveis".
SECA GERA PRESSÃO ADICIONAL
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, está a acompanhar
a situação "com preocupação" e já marcou uma reunião de trabalho, para
amanhã, com a direcção da Liga dos Bombeiros Portugueses. O governante
admite a possibilidade de o dispositivo nacional vir a ser "adaptado"
em função das "circunstâncias que, em termos meteorológicos, forem
determinadas" e, "se for necessário", as corporações poderão vir a ser
apoiadas financeiramente. Este período de "prolongada e anormal seca é
uma situação anormal, que introduz uma pressão adicional sobre o
dispositivo de Protecção Civil", defende Miguel Macedo, sublinhando
que "não pode estar em causa a capacidade de reacção" dos meios
operacionais.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/florestas-ja-estao-debaixo-de-fogo

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