quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Há produtores do Douro que continuam a viver da atribuição de subsídios e não produzem

O alerta foi dado hoje pelo presidente da Cooperativa Côa-Amêndoa.
O presidente da Cooperativa Côa-Amêndoa alertou hoje para a existência
de produtores que continuam a "viver" da atribuição de subsídios ao
amendoal, abdicando do cultivo dos pomares. «Tenho conhecimento de uma
propriedade com 90 hectares de amendoal, cujo proprietário recebeu,
nos últimos sete anos, mais de 350 mil euros em subsídios e não
trabalha a terra. Este é apenas um dos exemplos. Isto é uma loucura»,
disse à Lusa Joaquim Grácio, que é também presidente da Associação dos
Amigos da Amendoeira. Segundo o dirigente, Portugal é um país
deficitário na produção de amêndoa, importando mais de dois milhões de
quilos de miolo de amêndoa da Califórnia e não pode continuar com um
política de «subsidiodependência». O responsável adiantou ainda que as
ajudas provenientes da União Europeia para o setor dos frutos de casca
rija rondam «os cinco milhões de euros» por ano. Em Portugal, há
«cerca de 15 mil hectares» para este tipo de produção. «Em 2006, as
ajudas ao amendoal rondavam os 498 euros por hectare. Atualmente estão
fixadas nos 360 euros e são atribuídas a agricultores associados a
organizações de produtores de frutos de casca rija», acrescentou o
responsável. «As pessoas deviam produzir, para assim ajudar a aumentar
os resultados do PIB. É impensável continuar a receber ajudas e não se
produzir», atirou dirigente associativo. Joaquim Grácio acrescentou
que, na região do Douro, o amendoal poderá «ser fonte de riqueza» e
tornar-se «na segunda produção agrícola mais rentável», logo a seguir
ao vinho generoso. Estas preocupações foram manifestadas na véspera de
uma visita que a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do
Ordenamento do Território vai fazer ao concelho de Vila Nova de Foz
Côa, na sexta-feira. Assunção Cristas vai inaugurar aquele que é
considerado «o primeiro entreposto» de recolha de frutos de casca rija
do país, construído de raiz para este fim e situado na freguesia da
Touça (Vila Nova de Foz Côa), resultado de um investimento de cerca de
380 mil euros. «Quando tivemos a coragem para avançar com este
empreendimento foi porque acreditámos que o setor do amendoal é
crucial para o desenvolvimento económico agrícola dos concelhos do
Douro e da Beira Alta», defendeu Joaquim Grácio. Nos concelhos a sul
do rio Douro (Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo,
Pinhel, Meda e Penedono), a Côa-Amêndoa já incentivou nos últimos anos
o plantio de cerca de 600 hectares de amendoal, esperando aquela
cooperativa de produtora de frutos de casca rija plantar mais 50 mil
pés de amendoeira ainda no decurso do corrente ano. Por outro lado, a
câmara de Vila Nova de Foz Côa vai atribuir um total de 10 mil
euros/ano para a Côa-Amêndoa distribuir pelos agricultores que
mantenham plantadas ou plantem amendoeiras nas bordaduras dos seus
terrenos ou no meio de outras culturas. A distribuição dos montantes
será feito de acordo com um boletim de candidatura, a apresentar pelos
produtores de amêndoa.
Guarda Digital | Lusa
07-02-2012 17:07

http://www.guarda.pt/noticias/sociedade/Paginas/produtores-douro-continuam-viver-da-atribuio-de-subsdios-produzem.aspx

Sem comentários:

Enviar um comentário