sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Investigadores descobrem que cabras têm sotaques diferentes

17.02.2012
PÚBLICO
Investigadores da Universidade de Londres descobriram que nem todos os
balidos são iguais e que os cabritos adoptam sotaques diferentes assim
que começam a socializar com outros animais. O estudo foi publicado na
revista Animal Behaviour.
A descoberta surpreendeu os cientistas porque até agora se pensava que
os sons da maioria dos mamíferos eram demasiado primitivos para
permitir variações subtis. As únicas excepções conhecidas eram os
humanos, morcegos e cetáceos, apesar de muitas aves terem a capacidade
de imitar sons.
Agora, as cabras (Capra hircus) juntaram-se ao clube, segundo Alan
McElligott, da Universidade de Londres.

Allan McElligot e o seu colega Elodie Briefer estudaram 23 crias de
cabras recém-nascidas. Para reduzir o efeito da genética, todos os
animais nasceram do mesmo pai, mas de mães diferentes.
Os investigadores deixaram os cabritos com as suas mães e registaram
os seus balidos com uma semana de idade. Depois, os 23 animais foram
distribuídos ao acaso em quatro grupos separados, entre os cinco e os
sete animais.
Quando chegaram às cinco semanas de idade, os seus balidos foram
novamente gravados. "Tínhamos para analisar 10 a 15 tipos de balidos
por cabrito para analisar", disse McElligott, ao site New Scientist.
Alguns dos balidos eram claramente diferentes mas análises mais
detalhadas, baseadas em 23 parâmetros acústicos, conseguiram
identificar variações mais subtis. Segundo os investigadores, cada
grupo de cabritos tinha desenvolvido um sotaque distintivo.
"Provavelmente é algo que ajuda à coesão do grupo", acrescentou
McElligott.
Em Maio do ano passado, a investigadora Elodie Briefer publicou um
estudo na revista Animal Cognition onde concluiu que as cabras são
capazes de reconhecer os balidos das suas crias.
As capacidades vocais não se limitam às cabras. Em 2006, um cientista
da mesma Universidade de Londres e especialista em fonética, John
Wells, realizou um estudo onde concluiu que as vacas aprendem sotaques
regionais diferentes ao mugir.
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1534231

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